bukib
0 bukibs
Columbus, Ohio
Hora local: 16:19
Temperatura: °C
Probabilidade de chuva: %

Estudo descobre o que ampliou terremoto que causou o acidente nuclear de Fukushima

Estudo descobre o que ampliou terremoto que causou o acidente nuclear de Fukushima

Um estudo internacional recente avançou na compreensão do que tornou o terremoto de 2011 no Japão tão destrutivo, desencadeando o pior acidente nuclear desde Chernobyl. A pesquisa aponta que uma combinação específica de sedimentos frágeis no fundo do oceano permitiu que o terremoto se propagasse até a superfície marinha, ampliando drasticamente o tsunami que atingiu a costa e a usina de Fukushima Daiichi.

As descobertas foram divulgadas em um artigo publicado na revista Science, com base em dados coletados diretamente na Fossa do Japão, uma profunda fronteira tectônica onde a Placa do Pacífico desliza sob a microplaca continental de Okhotsk. Os pesquisadores identificaram que a zona de falha se concentra em uma camada excepcionalmente fina e frágil de argila, localizada logo abaixo do leito marinho.

Comportamento sísmico inesperado

Em zonas de subducção, o padrão mais comum é que a ruptura comece em grandes profundidades e perca intensidade à medida que se aproxima do fundo do mar. No entanto, no terremoto de 2011, ocorreu o inverso: o deslizamento aumentou justamente nas partes mais rasas da falha. Esse comportamento anômalo motivou anos de debate científico e agora encontra respaldo empírico nas amostras coletadas diretamente da zona de ruptura.

A equipe de pesquisadores utilizou um navio de pesquisa de águas profundas para perfurar o fundo do oceano até atingir a falha tectônica e os sedimentos da Placa do Pacífico. Ao todo, a operação alcançou 7.906 metros de perfuração abaixo da superfície do mar, um marco reconhecido pelo Guinness World Records como a mais profunda perfuração científica oceânica já realizada.

  • A camada de argila pelágica, de aproximadamente 30 metros, é extremamente macia e escorregadia, o que faz com que a deformação tectônica se concentre nela.
  • A estratificação da camada de argila define onde a falha vai se desenvolver, resultando em uma superfície muito localizada e frágil, capaz de conduzir a ruptura sísmica até o fundo do mar.
  • A região pode ser estruturalmente mais vulnerável a terremotos rasos e tsunamis do que se supunha até agora, o que pode trazer implicações diversas para os estudos sísmicos.

Embora o estudo se concentre no Japão, seus desdobramentos vão além do caso de Fukushima. Compreender em detalhe como as falhas rasas são formadas e como os sedimentos influenciam a ruptura é essencial para aprimorar modelos de risco sísmico e de tsunami em outras zonas de subducção ao redor do mundo.

Este conteúdo pode conter links de compra.

Fonte: link