Entendendo como seu feed é formado nas redes sociais
Quando você abre uma rede social, é comum se perder em um mar de conteúdos que parecem ter sido escolhidos especialmente para você. Isso não é coincidência, pois os algoritmos das redes sociais são projetados para analisar seus comportamentos e preferências para decidir quais conteúdos você vê e quais são ignorados.
De acordo com o especialista em marketing digital e inteligência artificial Igor Carvalho, os algoritmos das redes sociais operam a partir de uma “pontuação de relevância” que leva em conta vários fatores, incluindo o histórico de interações, o tipo de conteúdo consumido e o comportamento de usuários com interesses semelhantes.
Como os algoritmos aprendem com você
Os algoritmos atuais não seguem regras fixas escritas manualmente, mas sim utilizam machine learning para aprender continuamente com o comportamento dos usuários. Isso significa que o algoritmo está constantemente ajustando sua seleção de conteúdos com base em como você interage com eles.
Segundo Igor, os algoritmos valorizam cada vez mais os chamados sinais implícitos, como pausar o scroll, assistir a um vídeo mais de uma vez ou ativar o som. “Nós mentimos nos likes, muitas vezes por educação. Mas o nosso tempo não mente”, afirma Igor.
As consequências psicológicas do feed personalizado
O impacto dos algoritmos vai além da tecnologia e pode ter consequências psicológicas significativas. De acordo com o psicólogo André Machado, os algoritmos são projetados para maximizar engajamento, o que favorece conteúdos emocionalmente intensos e pode levar a um aumento de ansiedade, irritabilidade e sensação de alerta constante.
Além disso, a comparação constante com vidas e corpos idealizados pode afetar a autoestima e o humor. “As redes mostram recortes editados da realidade. Isso leva muitas pessoas a se sentirem inadequadas, o que pode evoluir para tristeza persistente e até sintomas de depressão”, afirma André.
É possível ter mais controle sobre o feed?
Sim, é possível ter mais controle sobre o feed. As plataformas oferecem ferramentas como marcar conteúdos como “não tenho interesse”, silenciar palavras ou perfis e ajustar preferências de anúncios. Além disso, especialistas indicam estratégias como seguir perfis fora da própria bolha, interagir conscientemente com novos temas, reduzir o tempo de uso diário e fazer pausas regulares nas redes.
Essas práticas não desligam o algoritmo, mas ajudam o usuário a recuperar parte do controle sobre o que consome e sobre quanto tempo e atenção está disposto a oferecer.
- Marque conteúdos como “não tenho interesse” para evitar ver conteúdos semelhantes no futuro.
- Silencie palavras ou perfis que você não deseja ver.
- Ajuste as preferências de anúncios para reduzir a quantidade de anúncios que você vê.
- Siga perfis fora da sua bolha para diversificar o conteúdo que você vê.
- Interaja conscientemente com novos temas para expandir seus interesses.
- Reduza o tempo de uso diário e faça pausas regulares nas redes para evitar o vício.
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