Tempestades trazem microplásticos do mar para a terra firme, indica estudo
Um estudo inédito revelou que tempestades tropicais, como tufões, furacões e ciclones, podem transportar microplásticos do oceano para a terra firme, estabelecendo uma ligação direta entre a poluição do planeta e as mudanças climáticas.
A pesquisa, conduzida por uma equipe internacional de pesquisadores, analisou a cidade de Ningbo, na costa leste da China, durante a passagem de três tufões. Os resultados mostraram que os níveis de deposição de microplásticos aumentaram drasticamente durante as tempestades, com um pico de 12.722 partículas por metro quadrado por dia durante o tufão Gaemi.
Os pesquisadores determinaram que a origem do plástico detectado era marinha, com a presença de polímeros mais densos, como cloreto de polivinila (PVC), acrílico (AC) e politetrafluoroetileno (PTFE), típicos de sedimentos marinhos e do oceano profundo. Além disso, o tamanho das partículas reforçou essa conclusão, com mais de 60% dos microplásticos transportados durante os tufões tendo menos de 280 micrômetros.
Os autores do estudo propõem um novo mecanismo no ciclo ambiental do plástico, onde a intensa energia dos tufões mistura verticalmente a camada superior do oceano, remobilizando partículas que estavam em profundidade. Essas partículas são então ejetadas para o ar, formando aerossóis marinhos contaminados, que são transportados por centenas de quilômetros continente adentro.
Os riscos associados a essa transferência de microplásticos são significativos, incluindo a exposição a partículas plásticas potencialmente inaláveis e a possibilidade de interferir nos ciclos biogeoquímicos marinhos. Além disso, o estudo destaca a necessidade de estratégias integradas para reduzir a carga de plástico nos oceanos, que pode ser uma forma indireta de “desarmar” as tempestades do futuro.
Em resumo, os principais pontos do estudo são:
- Tempestades tropicais podem transportar microplásticos do oceano para a terra firme.
- A origem do plástico detectado é marinha, com a presença de polímeros mais densos.
- O tamanho das partículas reforça a conclusão de que os microplásticos são transportados durante os tufões.
- Os riscos associados a essa transferência de microplásticos são significativos e incluem a exposição a partículas plásticas potencialmente inaláveis.
Portanto, é fundamental que sejam implementadas estratégias integradas para reduzir a carga de plástico nos oceanos e mitigar os impactos das mudanças climáticas.
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