Urologistas alertam para riscos da andropausa, doença que causa queda da testosterona

Urologistas alertam para riscos da andropausa, doença que causa queda da testosterona

Em alusão ao Dia do Homem, comemorado em julho, a saúde masculina e as condições específicas desconhecidas por parte do público entram em pauta como forma de conscientização. A Deficiência Androgênica do Envelhecimento Masculino (DAEM), também conhecida como andropausa — uma das doenças desconhecidas por grande parte do público — atinge um quarto dos homens no Brasil. No entanto, uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) aponta que 57% dos homens não sabem do que se trata. Especialistas indicam que, a partir dos 35 anos, os níveis de testosterona total começam a cair gradualmente, cerca de 1% ao ano. Porém, entre 40 e 50 anos, sintomas como queda na libido, fadiga, cansaço, dificuldade de concentração e memória, surgem para mostrar a necessidade de ter atenção ao envelhecimento aliado à qualidade de vida


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Para Felipe Rocha, urologista do Grupo São Pietro Hospitais e Clínicas, é importante contextualizar o termo para não causar confusões com a menopausa, que é uma interrupção da menstruação. A andropausa causa o declínio lento e progressivo da testosterona. A falta de conhecimento sobre o problema traz consequências graves, uma vez que o público acredita que é normal perder energia, libido ou disposição com a idade ou confunde sintomas com situações relacionadas ao estresse, à idade ou à preguiça.


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“Os homens vivem em uma cultura do silêncio, em que tendem a evitar falar sobre saúde física, emocional e até sexual. Sem compartilhar as dores e sintomas, fica difícil para alguém saber que há algo errado. Ainda dentro desses aspectos culturais da masculinidade, é perceptível um receio de aceitar a doença e até buscar ajuda, seja por medo ou vergonha. Muitas pessoas ainda acham que buscar um médico é um sinal de fragilidade, o que torna ainda mais complicada a conscientização”, explica.

Diante de um cenário de negligência dos indícios da doença, o médico recomenda atenção em pequenos sinais: perda de desejo sexual, cansaço sem explicação, diminuição da rigidez peniana e qualidade da ereção, insônia ou sono fragmentado, redução da autoconfiança, ganho de peso, desânimo, apatia ou depressão leve. Ele ainda alerta que, mesmo sendo essas manifestações físicas mais comuns, o diagnóstico sobre a andropausa virá apenas após a consulta com um especialista.

A doença não tem uma cura definida, mas pode associar tratamentos clínicos e mudanças no estilo de vida para retomar a qualidade de vida do paciente. Modificações em hábitos relacionados à alimentação, ao sono e ao treino de força são indicadas durante a prática terapêutica. A reposição de vitaminas e minerais e o tratamento de comorbidades como a obesidade, a resistência à insulina e a apneia do sono também integram as estratégias mais recomendadas.

Em casos específicos, o urologista pode receitar a terapia de reposição de testosterona (TRT) como alternativa para a andropausa. No entanto, Felipe Rocha explica que a TRT não é indicada para todos os homens com baixa testosterona, sendo fundamental analisar sintomas, exames e desejo reprodutivo. Além disso, as dosagens inadequadas de testosterona podem levar o paciente a óbito.

“Quando não há o cuidado nos níveis permitidos, há risco de exceder os limites fisiológicos de testosterona. A consequência desse erro traz a possibilidade de aumentar o risco de AVC e infarto agudo do miocárdio. É fundamental sempre o acompanhamento médico para o tratamento”, finaliza Rocha.