A batalha judicial entre o cantor e compositor brasileiro Toninho Geraes e a estrela britânica Adele acaba de ganhar um novo e polêmico capítulo.
A Justiça do Rio de Janeiro decidiu, nesta quarta-feira (17), que o processo que acusa Adele de plágio pela música “Million Years Ago” será transferido para São Paulo decisão que pegou a defesa de Toninho de surpresa e gerou forte reação nos bastidores do caso.
Segundo os advogados do artista mineiro, a mudança de jurisdição é considerada um “retrocesso histórico” no campo do Direito Autoral e foi classificada como “ilegal” e “fragilizada”.
A ação, que estava em andamento avançado no Rio, agora terá que recomeçar em São Paulo, estado onde nem Toninho Geraes, nem a gravadora Universal Music têm domicílio legal.
“A decisão representa um anticlímax em relação à liminar histórica concedida em 2024 pela mesma Justiça carioca, que havia reconhecido a legitimidade do processo e o desequilíbrio de forças entre as partes”, diz a nota enviada pela equipe jurídica de Toninho ao portal LeoDias.
O cantor brasileiro alega que a melodia de sua composição “Mulheres”, eternizada na voz de Martinho da Vila, teria sido usada de forma indevida por Adele e pelo produtor Greg Kurstin na faixa “Million Years Ago”, lançada em 2015.
O processo inclui denúncias sérias, como supostas falsificações de assinatura nos documentos apresentados pela equipe da cantora e a ausência de propostas formais por parte dos representantes da artista durante audiências judiciais.
Toninho Geraes x Adele: Processo de plágio Adele
Para os advogados de Toninho, o deslocamento do caso para São Paulo parece atender aos interesses da indústria musical internacional e dificulta ainda mais a posição da parte mais vulnerável neste caso, o compositor brasileiro.
Eles alegam que o processo já estava adiantado no Rio de Janeiro, com etapas cumpridas e provas reunidas, e que reiniciar tudo em outra jurisdição é uma forma de “turbulência processual” injustificada.
“É inaceitável que a Justiça Brasileira se dobre diante de figuras internacionais como Adele e seus representantes, como se estivessem acima da lei. A mudança fragiliza o direito de defesa de um artista nacional diante de gigantes da indústria”, completaram os advogados na nota oficial.
Outro ponto sensível citado pela defesa foi a última audiência do processo, quando Toninho teve um pico de pressão e deixou a sessão irritado com a postura da equipe de Adele, que, segundo eles, não apresentou qualquer proposta ou argumento concreto.
Até o momento, a gravadora Universal e os representantes legais de Adele não se manifestaram publicamente sobre a nova decisão. A reportagem tentou contato, mas não obteve retorno. O espaço segue aberto para esclarecimentos.
Enquanto isso, a expectativa é de que a defesa de Toninho entre com novos recursos para tentar reverter a decisão e manter o processo em solo carioca — onde ele começou e, até então, avançava com força.