O Santander Brasil registrou lucro líquido de R$ 3,66 bilhões no segundo trimestre de 2025, quase 10% maior do que o primeiro trimestre do ano, mas abaixo das expectativas dos analistas. Com isso, os papéis do banco chegaram a ser negociados em queda de 3% no início do pregão desta quarta-feira (30), para na sequência se estabilizar nos R$ 26,33.
Mas o que esperar dos dividendos da filial do banco espanhol no Brasil após a divulgação do balanço? Entre os grandes bancos, o Santander tem o menor dividend yield (taxa de retorno só com proventos) dos últimos 12 meses. Ainda assim, distribuiu R$ 0,46 por ação em proventos no segundo trimestre, de acordo com projeções da LSEG.
Para os próximos seis meses, a expectativa é de um dividend yield de 3,5%, com a manutenção do payout atual, segundo Larissa Quaresma, analista da Empiricus Research. “Também esperamos um ROE estável em torno de ~16% até o final do ano, com melhorias mais expressivas na rentabilidade e, consequentemente, nos dividendos, no próximo ano.”
Considerando esse a taxa de dividendos estimada, um investimento de R$ 10 mil renderia R$ 350. Trata-se de um valor bruto, sem considerar eventuais taxas ou impostos. Vale lembrar que dividendos são isentos de Imposto de Renda, mas os juros sobre capital próprio (JCP) sofrem retenção de 15% na fonte.
O principal risco para o pagamento de proventos este ano, segundo Larissa, é a inadimplência. “Isso é grande ponto de atenção neste ano, à medida que a Selic elevada começa a comprometer a renda das famílias com o serviço da dívida.”
A inadimplência nas concessões de crédito com recursos livres subiu a 5,0% em junho, ante 4,9% no mês anterior – o maior patamar desde fevereiro de 2018, segundo dados divulgados pelo Banco Central no início da semana.
Vale investir no Santander agora?
Após o balanço, o Safra reiterou recomendação neutra para o papel, citando a avaliação barata, mas reconhecendo um momento mais negativo no curto prazo. “Assim, tivemos uma leitura negativa para algumas das implicações na qualidade dos ativos, o que pode se traduzir em menor apetite no futuro, possivelmente resultando em queda nos lucros em relação aos números consensuais”.
Outras casas, porém, enxergam a recente queda como uma oportunidade. O JPMorgan, por exemplo, mantém recomendação overweight (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra).
“Somos compradores em caso de fraqueza, já que a ação do banco já está sendo negociada em torno de 1 vez o Price to Book Ratio (P/B), ou Preço sobre Valor Patrimonial (P/VPA), o que tendemos a ver como um piso teórico para potencial fechamento de capital (ou seja, a controladora detém cerca de 91% das ações)”.
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