Mais de 30 anos se passaram desde o brutal assassinato da atriz Daniella Perez, filha da escritora Glória Perez. Em entrevista à revista Veja, o ator Raul Gazolla, viúvo da atriz, falou abertamente sobre seus sentimentos em relação à morte de Guilherme de Pádua, autor do crime. Pádua faleceu em 2022, vítima de um infarto, e, para Gazolla, a notícia trouxe uma sensação clara: alívio.
“Eu agradeci ao universo. Disse: ‘O mundo respira melhor hoje. Partiu alguém que nem deveria ter nascido’”, revelou o ator. Em tom sincero e direto, Gazolla explicou que não possui uma espiritualidade tão evoluída a ponto de perdoar o que foi feito. “Quem perdoa é Deus, não sou Deus”, afirmou.
Segundo Raul, o sentimento de alívio não foi apenas dele. A dor provocada pelo crime afetou profundamente a família de Daniella, especialmente sua mãe, Glória Perez. “Só agora, depois de 32 anos, eu vi a Glória sorrir de novo”, disse o ator, que ainda mantém uma relação próxima com a ex-sogra.
Gazolla também lamentou as consequências irreparáveis do crime. O pai de Daniella, segundo ele, não suportou a dor da perda e faleceu de tristeza. “Veja a dor que a gente carrega. O pai da Dani não conseguiu lidar com isso. Ele sucumbiu”, desabafou.
Raul Gazolla: Ator diz que agradeceu ao universo após saber da morte do assassino de Daniella Perez
Durante a conversa, o ator aproveitou para criticar o sistema prisional brasileiro e defender medidas mais severas para crimes como o assassinato de sua esposa. Ele declarou ser favorável à prisão perpétua e até à pena de morte para assassinos, especialmente os que demonstram frieza e premeditação. Para Gazolla, permitir que esses indivíduos voltem à sociedade é um risco real. “Essas pessoas não podem estar livres, frequentando o mesmo cinema que você, o mesmo restaurante. A população não sabe a cara de um assassino”, pontuou.
A fala de Raul reacende debates importantes sobre o perdão, o sistema judicial e os impactos psicológicos e emocionais causados por crimes violentos. Mesmo após décadas, o caso de Daniella Perez continua sendo uma ferida aberta na memória coletiva do Brasil, e a dor de quem ficou jamais foi completamente curada.
Gazolla segue firme ao lado de quem compartilhou essa dor com ele principalmente Glória Perez, que nunca deixou de lutar por justiça. Sua declaração não é apenas um desabafo pessoal, mas também uma crítica contundente ao modo como o país trata crimes hediondos.
Para Raul Gazolla, a morte de Guilherme de Pádua representou não só o fim de um ciclo, mas também uma pequena reparação diante de uma tragédia irreversível.