Quanto custaria um Chevette hoje, com a inflação?

O ronco inconfundível do motor, a tração traseira que convidava a uma tocada mais animada e aquele design simples e robusto que marcou uma geração. Falar do Chevrolet Chevette é despertar a memória afetiva de milhões de brasileiros.

Esse ícone da GM fez história por ter sido não apenas o primeiro carro de muitos, mas o carro da família, o parceiro de aventuras inesquecíveis. Por tudo isso, o valor afetivo dele é inestimável, mas… Você já parou para pensar quanto ele realmente custava na época?

A nostalgia é ótima, mas os números contam uma história ainda mais impressionante. O CT Auto foi atrás da resposta para uma pergunta que intriga muitos entusiastas: quanto custaria hoje, corrigido pela inflação, um Chevrolet Chevette SL comprado novo em 1987?


Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.

A resposta não apenas surpreende, como redefine o que pensamos sobre o valor dos carros no passado e hoje.

Chevette chegou ao mercado na década de 1970, mas em 1980 ficou mais valorizado (Imagem: Chevrolet/Wikipedia/CC)

Quanto custava um Chevette em 1987 e qual o valor corrigido?

Em 1987, o Brasil vivia sob o Plano Cruzado, em meio a uma inflação galopante, que tornava a simples missão de comprar um carro 0km em uma jornada hercúlea e desafiadora.

Naquele cenário, um Chevrolet Chevette SL 1.6/S, uma das versões mais desejadas, saía da concessionária por um valor em torno de Cz$ 230.000 (duzentos e trinta mil cruzados). Um número que, hoje, não diz muita coisa. Mas, quando trazemos esse valor para a realidade atual, a mágica acontece.

Considerando a conversão de moedas e a correção pela inflação acumulada desde então, o resultado é de cair o queixo.

  • Preço Original (1987): Aproximadamente Cz$ 230.000
  • Desafio da Conversão: Passamos por Cruzado Novo, Cruzeiro, Cruzeiro Real e, finalmente, o Real.
  • Valor Corrigido: O preço de um Chevette SL 0km em 1987 custaria hoje, com a inflação, R$ 90.000 nos dias de hoje.

Sim, você leu certo. Comprar um Chevette novo no auge de sua popularidade exigia um poder de compra semelhante ao necessário para adquirir um carro popular moderno e bem equipado atualmente.

O que você compra com o preço de um Chevette?

Para colocar em perspectiva, R$ 90.000 hoje te colocam ao volante de um Chevrolet Onix, Hyundai HB20 ou Fiat Argo em suas versões de entrada ou intermediárias. A comparação de equipamentos chega a ser brutal e mostra o salto tecnológico que vivemos.

Chevette SL 1987

  • Motor 1.6 a álcool ou gasolina
  • Câmbio de 5 marchas
  • Rádio AM/FM (muitas vezes como opcional)
  • Ventilação forçada (ar-condicionado era um luxo raríssimo)
  • Direção mecânica
  • Freios a disco na dianteira e tambor na traseira, sem ABS
  • Zero airbags

Carro Popular (Hoje)

  • Motor 1.0 moderno e eficiente
  • Ar-condicionado
  • Direção elétrica
  • Vidros e travas elétricas
  • Central multimídia com conectividade
  • Freios ABS e múltiplos airbags de série
  • Controles de tração e estabilidade

Essa comparação deixa claro: ter um carro nos anos 80 era um verdadeiro artigo de luxo, um feito para poucas famílias.

Por que o Chevette era tão caro?

O preço elevado do Chevette antigamente era resultado de uma combinação de fatores, principalmente a reserva de mercado que limitava a importação e a concorrência, além da alta carga de impostos e da instabilidade econômica. Com poucas opções disponíveis, os fabricantes nacionais praticavam preços muito altos.

Hoje, o cenário é outro. Um Chevette bem conservado virou um clássico cobiçado. Modelos em bom estado podem ser encontrados por valores que vão de R$ 15.000 a R$ 30.000, enquanto exemplares de coleção, com baixa quilometragem e originalidade impecável, podem facilmente ultrapassar os R$ 50.000. Um valor significativo para um carro que saiu de linha há décadas, mas que ainda acelera o coração de quem o vê passar.

“Chevettinho” não era tão barato quanto as pessoas pensam hoje (Imagem: Qwerty242/Wikipedia/CC)

O “Chepala”, “Cheveco” ou simplesmente “Chevettera” prova que o valor de um carro vai muito além da etiqueta de preço. Ele está na história que carrega, na simplicidade mecânica que encanta novos e velhos mecânicos e, acima de tudo, nas memórias que ajuda a construir. Um verdadeiro ícone que, como vimos, valia ouro.

Leia também:

Vídeo: Hidrogênio é o combustível do futuro? Entenda essa história

Leia a matéria no Canaltech.