Centros de detenção para imigrantes ilegais nos Estados Unidos enfrentam denúncias de negligência médica, mortes e punições contra detentos. Em entrevista ao Jornal Nacional, a diretora associada da Human Rights Watch, Vicki Gaubeca, classificou como “alarmante” a ausência de cuidados básicos. “O mais alarmante foi a falta de atendimento médico adequado. Pelo menos duas pessoas morreram”, afirmou.
Segundo reportagem exibida na terça-feira (22), a organização ouviu detentos, ex-detentos, parentes e advogados para reconstituir a experiência de 17 imigrantes em três prisões no estado da Flórida. Entre os relatos está o de um brasileiro que sofreu uma infecção grave após machucar o joelho e não receber assistência.
Imigrantes com doenças crônicas como diabetes, asma e HIV também relataram estar sem medicação. De acordo com Gaubeca, “quando reclamaram, foram colocados em celas solitárias”. Em outros casos, os presos ficaram “algemados, sem água, comida e acesso a banheiro 24 horas, enquanto eram transportados de um centro para outro”.
O Jornal Nacional destacou que uma das prisões funciona em uma antiga base de mísseis e teve a população carcerária triplicada nos primeiros três meses de 2025, devido à política de detenções em massa do governo federal. Em outra unidade, com até 600 detentos, há imigrantes em processo de pedido de asilo – grupo que, segundo a ONG, não deveria ser considerado em situação ilegal.
O programa também repercutiu imagens divulgadas pela imprensa americana de um centro de triagem em Nova York. O vídeo mostra homens e mulheres dormindo no chão, com mantas térmicas, e apenas dois vasos sanitários para todos, sem privacidade. Embora projetado para estadias de poucas horas, muitos imigrantes permanecem dias no local, segundo o The New York Times.
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