Apesar de ser mais focada em jogos antigos, como o próprio nome do evento já indica, a Retrocon 2025 também reservou um bom espaço para novidades inéditas, como o promissor retorno de Shinobi.

Pois é, um dos ninjas mais famosos dos videogames está prestes a voltar aos nossos consoles em Shinobi Art of Vengeance, previsto para ser lançado no dia 29 de agosto de 2025.

Enquanto essa data não chega, tivemos a oportunidade de testar 3 níveis diferentes da aventura em uma sala reservada especialmente para a imprensa. Para fins de transparência, o público em geral também podia jogar a primeira dessas três fases no estande da SEGA. Confira as nossas primeiras impressões a seguir.

Um clássico revivido

Eu tive a honra de crescer jogando os jogos do Shinobi no Master System, Game Gear e Mega Drive, então o simples anúncio do retorno da franquia já era algo que me deixava muito feliz ao natural.

Bastaram alguns segundos em contato com o novo jogo para notar que o pessoal da Lizardcube não estava brincando em serviço: o seu visual está soberbo e bem alinhado com o estilo cartunesco visto em Streets of Rage 4, outro clássico da SEGA que foi revivido com bastante pompa e respeito recentemente.

Com um gameplay bem responsivo e polido sendo embalado por uma trilha sonora que pareceu promissora (infelizmente o meu teste não tinha fone de ouvido disponível e o som do jogo duelava com o do evento), era de se imaginar que eu faria as maiores recomendações possíveis e o meu hype estaria nas alturas, certo? Bom, infelizmente não é bem assim…

Um Shinobi diferente

Me chame de purista se quiser, mas eu achei muito estranho ver Shinobi sendo modernizado em tantos pequenos e grandes detalhes, chegando ao ponto de descaracterizar um pouco o herói que vimos em clássicos como Shadow Dancer.

Nas duas fases disponíveis apenas para imprensa, por exemplo, entram em ação sérios elementos de Metroidvania, sendo preciso até pausar o jogo e abrir a tela de mapa para não se perder.

As fases, por sinal, duram quase meia hora cada, mesmo na primeira e mais linear, o que vai muito além do ideal. Aqui e ali, diálogos inseridos no meio das fases ainda tiram o ritmo da ação e impedem o game de alcançar a adrenalina esperada.

Com cenários cheios de verticalidade, andar da esquerda para a direita matando inimigos acaba sendo algo muito mais raro do que deveria. Volta e meia você precisa parar um pouco por diversos motivos, e isso também tira o senso de urgência tão característico dos jogos em estilo arcade oitentista.

Até nas telas que deveriam oferecer apenas combate bruto o ritmo é meio lento, já que alguns inimigos exigem vários hits para serem derrotados, e você pode até fazer juggle com eles em longos combos. É um sistema de batalha competente mas que, novamente, não parece tanto com Shinobi. Ao menos a adição de um sistema de finalizações, travando a “mira” nos inimigos com pouca vida, me divertiu.

Eu também achei que o jogo estava excessivamente fácil mesmo na sua dificuldade máxima, embora o assessor tenha me garantido que eu fui o único a conseguir passar do chefão da primeira fase de primeira. Mas eu sinto que isso diz mais sobre os outros jogadores do que sobre mim, e que qualquer um que tenha crescido nas gerações 8 e 16 bits não encontraria problemas.

E o hype, como fica?

Eu entendo que quem leu essa prévia possa imaginar que eu odiei o jogo após pouco mais de uma hora de teste, mas não foi mesmo o caso. Ele certamente é lindo e promete ser uma aventura com elementos pontuais de metroidvania extremamente competente. Provavelmente vai tirar até ótimas notas, com os analistas curtindo as suas modernizações.

Mas este velhaco que vos escreve sentia saudades de um Shinobi mais puro, desafiador e linear. O jeito vai ser aproveitar a nostalgia pós-show do Yuzo Koshiro na Retrocon 2025 para zerar o impecável Revenge of Shinobi mais uma vez.

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