O Ibovespa perdeu força e encerrou a quinta-feira (24) abaixo dos 134 mil pontos, refletindo o aumento das tensões comerciais entre Brasil e Estados Unidos. A ameaça de tarifa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de agosto afetou diretamente empresas com exposição ao exterior, como Embraer (EMBR3) e WEG (WEGE3), que puxaram o índice para baixo. O presidente Lula sinalizou disposição ao diálogo, mas não descartou medidas de retaliação. Em paralelo, os juros futuros avançaram em meio à alta dos Treasuries norte-americanos.
Com um pregão dominado pela cautela e baixa liquidez, o mini-índice foi pressionado por movimentos defensivos, refletindo a aversão ao risco diante da incerteza geopolítica. A instabilidade nos setores industrial e bancário — com quedas de Vale, Itaú, Bradesco e Magazine Luiza — alimentou a correção no Ibovespa futuro. A ausência de gatilhos positivos e a expectativa por novas sinalizações do governo brasileiro ou americano tendem a manter o mercado em compasso de espera, o que exige atenção redobrada dos traders nos próximos dias, especialmente diante do enfraquecimento da tendência compradora.
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Os contratos do mini-índice (WINQ25), com vencimento em agosto, encerraram a última sessão com queda de 1,22%, cotados a 134.595 pontos, revertendo o movimento de três altas consecutivas.
Análise do gráfico de 15 minutos
O gráfico de 15 minutos mostra que o mini-índice encerrou a sessão anterior com viés negativo, negociando abaixo das médias de 9 e 21 períodos, o que abre espaço para continuidade da queda. Para confirmar esse movimento, será necessário que haja entrada de fluxo vendedor suficiente para romper a faixa de suporte em 134.510/134.300. Caso isso ocorra, o índice pode acelerar até a região de 134.040/133.620, com alvo mais longo projetado entre 133.445/132.945.
Por outro lado, caso surja força compradora e o mercado consiga superar a resistência em 134.910/135.195, o índice poderá retomar um movimento altista. Acima dessa faixa, os próximos alvos estão em 135.485/135.820 e, se mantido o ritmo, poderá testar 136.170/136.425.
O gráfico diário confirma que o movimento de alta recente perdeu força, podendo ter sido apenas uma correção técnica. O ativo permanece abaixo da média de 200 períodos (136.885 pontos) — uma região importante que atua como resistência estrutural. Para retomar um fluxo altista consistente, seria necessário romper a região entre 136.190/136.885, mirando posteriormente 138.255/138.885.
Caso o movimento de queda se intensifique, a perda da região de 134.040/132.945 abriria espaço para testarmos suporte mais baixo, na faixa de 131.920 pontos. O IFR diário em 36,63 reforça a pressão vendedora, mas também sugere atenção para possível alívio técnico se atingir a zona de sobrevenda.
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WINQ25: Gráfico de 60 minutos
O gráfico de 60 minutos confirma o retorno da pressão vendedora. O fechamento abaixo das médias móveis de 9 e 21 períodos sinaliza perda de força na tentativa de recuperação.
Para seguir com o fluxo de baixa, será preciso romper com consistência a faixa de suporte em 134.510/134.040. Abaixo desse patamar, o índice poderá buscar 133.445/131.500, com alvos mais longos em 132.585/131.500.
Por outro lado, caso haja recuperação no intraday e o mini-índice consiga romper a faixa de resistência em 134.860/135.445, poderá retomar um movimento ascendente no curtíssimo prazo. Se esse rompimento se consolidar, os próximos alvos estarão nas regiões de 136.170/136.800 e 137.065/137.535.
(Rodrigo Paz é analista técnico)
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