Uma personagem criada por inteligência artificial (IA) foi aceita como estudante no curso de arte digital da Universidade de Artes Aplicadas de Viena, na Áustria. Batizada de Flynn, a personagem não-binária foi desenvolvida com ferramentas de IA generativa e grandes modelos de linguagem. Apesar de não ter corpo físico nem identidade humana, a aluna passou por todas as etapas do processo seletivo, incluindo a entrega de portfólio e uma entrevista com o comitê de admissão.
Flynn só se tornará estudante oficialmente neste semestre (2025.2), mas já tem assistido a algumas aulas desde março. Além de participar dos cursos, a IA poderá interagir com professores e colegas, receber feedback e ser avaliada como qualquer outro aluno. A seguir, saiba mais sobre a personagem e entenda o que o caso revela sobre os limites entre humanos e máquinas na educação.
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Flynn, personagem de IA, foi aceita em universidade da Áustria como parte de um experimento
Reprodução/Dev.ua
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A Universidade de Artes Aplicadas de Viena, na Áustria, admitiu oficialmente o estudante não-humano em seu programa de Arte Digital. Trata-se de Flynn, uma personagem não-binária criada por Chiara Kristler e Marcin Ratajczyk, alunas do próprio curso. A personagem foi aceita após apresentar um portfólio artístico e participar de uma entrevista com o comitê de admissão. Como não havia nenhum precedente de um caso como esse, as normas do departamento não excluíam o aceite de um robô.
Flynn foi criada com modelos de linguagem já disponíveis no mercado, um sintetizador de voz e ferramentas de geração de imagem de código aberto. Suas criadoras afirmam que a proposta é investigar os limites entre arte humana e tecnologia, transformando a IA em uma colaboradora e não em substituta da autoria humana. Durante o curso, Flynn vai frequentar aulas, receber orientações dos professores e produzir obras a partir das interações em sala, que alimentam seu banco de dados em constante evolução.
Obras criadas por Flynn estão disponíveis em seu diário virtual
Reprodução/Júlia Silveira
A personagem também publica registros em um diário online, refletindo sobre sua experiência como estudante e até abordando questões existenciais após conversas com colegas que questionam sua legitimidade como aluna. Flynn funciona conectada a um laptop e só interage quando solicitado para não atrapalhar a dinâmica dos estudantes humanos. Segundo as desenvolvedoras, a IA aprende com cada interação, tornando sua evolução imprevisível. A recepção no campus tem sido um misto de curiosidade e ceticismo, mas, conforme a universidade, esse estranhamento faz parte do experimento.
Com informações de Flynn App e Euro News.
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