Há 100 milhões de anos, no centro-oeste dos Estados Unidos, dinossauros machos dançavam em frente às fêmeas para tentar conquistá-las — e os cientistas sabem disso por conta de pegadas deixadas nas rochas da Serra dos Dinossauros, no estado do Colorado.
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Cheia de trilhas deixadas pelos antigos répteis, a região foi estudada por anos, com cientistas sugerindo que os animais voltavam aos locais de acasalamento dessa parte do país em épocas propícias. Publicado no último dia 4 de julho, um estudo da revista científica Cretaceous Research mostrou que vários machos se agruparam na serra no que se chama de lek, ou arena de exibição coletiva.
Dança do acasalamento
Quem deixou as pegadas na região foram terópodes, dinossauros bípedes do grupo que incluía os Tiranossauros rex, durante o período Cretáceo, entre 145 e 66 milhões de anos atrás. Não se sabe qual espécie deixou os rastros, mas era um terópode pequeno, do tamanho aproximado de um avestruz. Segundo análises, os dinos enterravam as garras profundamente na areia e raspavam as patas, jogando os grãos para trás.
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Esse ritual de acasalamento tinha variações, com os machos alternando entre as duas patas e fazendo danças diferentes. São conhecidas duas delas: uma era feita ao andar para trás, repetindo o movimento de cavar, o que apagava a metade de trás das pegadas. Após três ou mais repetições, o dinossauro virava em sentido anti-horário, algo que os cientistas compararam com o moonwalk e giro do cantor e dançarino Michael Jackson.
A outra dança consistia de um ou dois passos para os lados, repetindo o movimento de cavar. As evidências disso estão em pares de buracos lado a lado deixados pelos dinos. O acasalamento de lek é um comportamento comum de alguns pássaros modernos, como o tetraz-cauda-de-faisão (Centrocercus urophsianus), que, na primavera, infla os bolsões de ar do peito em grupo e os exibem às fêmeas.
Na Serra dos Dinossauros, as pegadas datam do período Ceromaniano do Cretáceo, entre 100,5 e 93,9 milhões de anos atrás. Com filmagem aérea por drones, foram identificados 25 novos pares de buracos cavados pelos antigos répteis, sendo que apenas 2 ou 3 rastros haviam sido notados pelos cientistas sem a tecnologia.
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