Ozzy Osbourne era mutante? Estudo genético tentou explicar tolerância às drogas

O cantor Ozzy Osbourne morreu aos 76 anos na última terça-feira (22), deixando um legado marcante no heavy metal, e também um mistério científico. Famoso por sua longa batalha contra vícios em álcool e drogas, Ozzy sobreviveu a décadas de excessos que matariam a maioria das pessoas. Em 2010, cientistas decidiram investigar o motivo dessa resistência incomum, e os resultados surpreenderam: seu DNA revelou mutações genéticas únicas, levando especialistas a chamá-lo de um “mutante genético”.

O sequenciamento completo do genoma de Ozzy foi realizado pela empresa americana Knome Inc., em parceria com a Cofactor Genomics. A análise mostrou variantes nunca antes vistas, especialmente ligadas à forma como seu corpo metabolizava substâncias como álcool, opiáceos e metanfetaminas.

Uma mutação próxima ao gene ADH4, responsável pela produção da enzima que quebra o álcool no fígado, pode ter contribuído para que Ozzy processasse bebidas alcoólicas de maneira mais eficiente que a média da população.


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Estudo genético com Ozzy Osbourne tentou explicar tolerância às drogas (Imagem: Alberto Cabello/Wikimedia Commons)

Também foram identificadas outras variantes genéticas relacionadas à dopamina (o neurotransmissor envolvido no prazer e no vício) e ao sistema nervoso. Isso pode explicar não apenas sua vulnerabilidade ao vício, mas também sua capacidade incomum de resistir aos efeitos destrutivos do abuso químico.

A curiosidade sobre como o corpo do astro conseguia suportar tantas agressões ao longo de décadas levou os cientistas a apresentarem os resultados durante a conferência TEDMED, com a presença do próprio cantor.

A genética de Ozzy Osbourne

Apesar das descobertas, os pesquisadores ressaltaram que a genética não explica tudo. Fatores ambientais, comportamentais e sociais também desempenham papéis importantes no desenvolvimento de vícios e na saúde em geral. No entanto, o caso de Ozzy mostra como o mapeamento genético pode ajudar a entender comportamentos extremos e até mesmo oferecer pistas para novos tratamentos contra dependência química.

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