Oruam: De Astro do Rap à Prisão por Tráfico no Rio

Na última terça-feira, o cenário do rap nacional foi pego de surpresa com a notícia da prisão de Oruam. Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, conhecido artisticamente como Oruam, um dos nomes em ascensão no rap brasileiro, se entregou às autoridades do Rio de Janeiro após a expedição de um mandado de prisão preventiva. A notícia, que se espalhou rapidamente, levanta questões sobre a dualidade entre a imagem pública do artista e as acusações que agora pesam sobre ele.

O funkeiro, agora aos 25 anos, foi classificado como um preso de “alta periculosidade” pelas autoridades, segundo o Guia de Recolhimento de Presos da Polinter, conforme divulgado pela Folha de S.Paulo. Essa classificação, em uma escala de quatro níveis, coloca Oruam no terceiro mais alto, um indicativo da seriedade com que as autoridades estão tratando o caso. A juíza Rachel Assad da Cunha confirmou a legalidade da prisão após a audiência de custódia, ressaltando que o objetivo era verificar a regularidade do cumprimento da ordem judicial.

Acusações e Controvérsias

As acusações contra Oruam são graves e incluem sete crimes, como tráfico de drogas, associação para o tráfico e desacato. A polícia alega que o rapper teria interferido em uma operação que visava apreender um adolescente suspeito de roubo e envolvimento com o tráfico, que estaria escondido em sua residência no Joá. A situação, por si só, já seria bastante problemática, mas a classificação de alta periculosidade elevou ainda mais o tom das discussões.

A assessoria de imprensa de Oruam não demorou a se manifestar, repudiando a classificação atribuída ao artista. Em comunicado, a equipe classificou como “infundadas” as notícias e especulações que circulam sobre o caso, defendendo a imagem do rapper e seu foco na produção de conteúdo de alta qualidade. A defesa contesta veementemente a avaliação das autoridades sobre a periculosidade de Oruam, ressaltando que ele se entregou à polícia por vontade própria, demonstrando transparência e responsabilidade.

A equipe de Oruam também rejeitou qualquer ligação do artista com o crime organizado, lembrando que o rapper é um artista que veio da periferia e tem orgulho de sua trajetória, mas que isso não significa qualquer envolvimento com facções criminosas. A nota da assessoria encerra com a famosa frase do rapper:

A lei tem cor” – disse Oruam, refletindo sobre sua visão sobre o racismo e as desigualdades que afetam jovens periféricos.

O caso de Oruam é complexo e levanta diversas questões sobre a imagem pública de artistas, as acusações criminais e o tratamento dado a jovens da periferia. Resta acompanhar os próximos capítulos dessa história para entender as consequências para a carreira do rapper e para o cenário do rap nacional.