Cientistas anunciaram nesta segunda-feira (14) a fusão mais massiva de buracos negros já detectada. A descoberta foi feita a partir da análise de ondas gravitacionais realizadas com o Observatório de Ondas Gravitacionais por Interferometria a Laser, conhecido como LIGO.
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O sinal de onda gravitacional detectado pela colaboração LIGO-Virgo-KAGRA (LVK) foi denominado GW231123. A fusão que gerou esse sinal envolveu dois buracos negros: um com cerca de 100 vezes a massa do Sol e outro com aproximadamente 140 massas solares.
Ao se fundirem, os buracos negros originaram um novo buraco negro com cerca de 225 vezes a massa do Sol, emitindo ondas gravitacionais que se propagaram pelo espaço.
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“Este é o sistema binário de buracos negros mais massivo já observado por meio de ondas gravitacionais, e representa um verdadeiro desafio para nossa compreensão da formação desses objetos”, destacou o professor Mark Hannam, da Universidade de Cardiff e membro da Colaboração Científica LIGO, em comunicado.
A fusão dos buracos negros supermassivos foi verificada em novembro de 2023, quando os detectores do LIGO nos Estados Unidos esticaram e se contraíram rapidamente por conta do evento extremo no espaço-tempo.
Até então, o buraco negro mais massivo resultante de uma fusão tinha cerca de 140 vezes a massa do Sol e foi identificado com o sinal GW190521.
Alta velocidade de rotação
Os pesquisadores envolvidos no estudo precisaram utilizar modelos teóricos que considerassem a dinâmica de buracos negros em rotação extremamente rápida — cerca de 400 mil vezes mais rápido do que a Terra.
Isso porque a velocidade de rotação dos buracos negros associados ao sinal GW231123 quase ultrapassa os limites da tecnologia de detecção de ondas gravitacionais, o que dificulta a interpretação precisa das características do sinal.
“Os buracos negros parecem estar girando muito rapidamente, perto do limite permitido pela teoria da relatividade geral de Einstein”, explicou o Dr. Charlie Hoy, pesquisador da Universidade de Portsmouth.
Segundo os cientistas do LIGO, novas investigações serão necessárias para compreender completamente essa fusão, que pode envolver processos mais complexos e exigirá tecnologias ainda mais avançadas para a detecção e análise de ondas gravitacionais.
“Este evento leva nossas capacidades de instrumentação e análise de dados ao limite do que é atualmente possível”, afirma a Dra. Sophie Bini, pesquisadora de pós-doutorado no Instituto de Tecnologia da Califórnia.
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