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“Novo normal” escaldante: como as mudanças climáticas vão mudar a forma como você vive

Novo Normal Escaldante: Como as Mudanças Climáticas Vão Mudar a Forma como Você Vive

Os líderes mundiais se preparam para discutir o futuro do planeta na COP30, a Conferência das Nações Unidas sobre o clima. As conversas devem partir do ponto de que os efeitos da crise climática já deixaram de ser projeções de cientistas e entraram na rotina de milhões de pessoas. O preço do chocolate, por exemplo, bateu recordes históricos após secas nas regiões produtoras de cacau. O calor já empurra estudantes para fora da sala de aula. E a dengue chegou a locais onde o frio costumava servir como uma barreira ao mosquito.

Os impactos na prática já são enormes, segundo Emily Theokritoff, pesquisadora em atribuição de danos climáticos. Eles não crescem de forma linear. Não é porque o risco aumenta 1% que o impacto sobe na mesma proporção; ele cresce muito mais rápido.

Impactos Indiretos

A ciência chama esses efeitos cotidianos de impactos indiretos: consequências que não aparecem em mapas de desastres, mas se acumulam em índices econômicos, indicadores de saúde e hábitos de consumo. Estudos recentes mostram que, além de intensificar eventos extremos – como secas e enchentes – a mudança do clima, silenciosamente, está reconfigurando a economia global.

  • Um levantamento publicado na revista Nature Communications em 2023 estima que as perdas diretamente atribuíveis ao clima somam cerca de US$ 143 bilhões por ano.
  • Uma revisão de 2025 publicada na revista Helyon mostra que variações de temperatura, umidade e chuvas já modificam a dinâmica de doenças infecciosas, aumentam a demanda energética e agravam impactos sobre a saúde e a produtividade.

Consequências no Brasil

No Brasil, de acordo com um estudo da Confederação Nacional de Municípios, desastres causaram R$ 639,4 bilhões em prejuízos entre 2013 e 2023, atingindo cidades, infraestrutura e produção agrícola. O clima não é só uma variável ambiental, mas se tornou de vez um fator econômico e social.

O setor agrícola é um dos mais afetados pelas mudanças climáticas. Uma projeção publicada em 2021 na revista Nature Communications indica que o aquecimento global de 1,5 a 2°C até meados do século pode reduzir de 3 a 12% a produtividade média das principais culturas agrícolas globais.

Preparação para o Clima Extremo

O cenário das mudanças climáticas no Brasil é paradoxal. Ao mesmo tempo em que somos um dos países mais vulneráveis aos extremos do clima, também somos um dos maiores exportadores de alimentos e combustíveis do planeta – atividades que ajudam a intensificar o problema.

É fundamental que as pessoas entendam que o clima está mudando e isso vai nos afetar no curto e longo prazo. Então, é melhor estarmos preparados. Investir em prevenção e adaptação de longo prazo é essencial para reduzir a exposição ao risco e minimizar os impactos das mudanças climáticas.

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