“Não me sinto responsável”, diz Nikolas sobre prisão de Bolsonaro

Nikolas Ferreira em ato a favor de Jair Bolsonaro em 3 de agosto (Foto: Reprodução)

A prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) continua repercutindo no Congresso Nacional. Um dos alvos da decisão do ministro Alexandre de Moraes, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) se defendeu das acusações de que teria contribuído para o endurecimento das medidas judiciais ao promover uma chamada de vídeo com Bolsonaro durante manifestação na Avenida Paulista, no domingo (3).

Em tom irônico, o parlamentar comparou o episódio a um lance forçado de futebol. “Não me sinto responsável. O Alexandre de Moraes cavou essa falta”, declarou o parlamentar ao jornal O Globo. “Ele coloca uma medida cautelar completamente ampla. Ele queria a prisão domiciliar do Bolsonaro.”

A ligação entre Nikolas e o ex-presidente foi um dos fatores mencionados por Moraes para justificar a nova decisão. Para o ministro, o ex-presidente violou as restrições que o impedem de usar redes sociais e de se comunicar com aliados ao aparecer no vídeo, mesmo sem falar, como parte de uma estratégia de “coação institucional” e tentativa de obstrução da Justiça”.

Moraes escreveu que Nikolas usou a imagem de Bolsonaro de forma simbólica para impulsionar as mensagens de ataque ao Supremo Tribunal Federal (STF), e citou ainda que o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) apagou uma publicação similar, em que o pai aparecia durante ato no Rio de Janeiro, para tentar driblar as proibições.

“Tirar Alexandre de Moraes do STF”

Nikolas subiu o tom ao comentar os desdobramentos e afirmou que não pretende recorrer judicialmente. Em vez disso, defende uma resposta política, com anistia aos investigados pelos atos de 8 de Janeiro e o impeachment de Moraes.

“Vou recorrer a quem? O que legalmente nós podemos fazer contra uma tirania? O que tem para ser feito, obviamente, só tem dois caminhos: anistia ampla, irrestrita e geral para o [presidente da Câmara] Hugo Motta pautar e impeachment do Moraes para o Davi Alcolumbre [presidente do Senado]”, afirmou.

O deputado mineiro também questionou as acusações de Moraes e disse que a presença de Bolsonaro por vídeo não tem peso jurídico suficiente para justificar a prisão domiciliar.

“Eu literalmente só liguei e ele viu seus apoiadores. Bolsonaro agora não pode ver as pessoas?”, reagiu Nikolas.

A decisão de Moraes mantém a proibição de Bolsonaro se aproximar de embaixadas ou se comunicar com autoridades estrangeiras. Ele também está proibido de usar redes sociais ou de ser representado por terceiros nas plataformas. Moraes também determinou a apreensão de celulares e o recolhimento noturno do ex-presidente.

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