“A vingança tem seu lado bom se usada como convém. Por exemplo, se alguém disser que te ama, vingue-se dele, ame-o também”.
O poema que acabamos de ouvir é de Sérgio Vaz, conhecido como “poeta da periferia’. Aos 61 anos, o escritor e também ativista cultural é celebrado em exposição sobre sua vida e obra no Museu das Favelas, em São Paulo.
A exposição Fluxo Poético– Sérgio Vaz: O Poeta da Periferia celebra os 35 anos de trajetória de uma das mais importantes vozes da literatura periférica brasileira.
A mostra reúne poemas, imagens, vídeos, publicações, objetos e instalações artísticas que revelam o poder da palavra como ferramenta de transformação, educação e cidadania.
Com mais de dez livros publicados, Vaz tem uma produção de quase quatro décadas marcada pela oralidade, pela coletividade e pelo cotidiano das quebradas.
O poeta da periferia conta para Rádio Nacional o que a literatura permanece ensinando a ele.
“A literatura me ensinou tudo sobre a vida, sobre como andar, como andar para frente, porque não andar para trás, o porquê do conhecimento, o despertar da vida, o espiritual. Me ensinou sobre amor, sobre ódio, sobre guerra, sobre paz. Ela me ensinou tudo o que o ser humano precisa aprender para caminhar sozinho”.
Sérgio Vaz ficou conhecido por organizar, desde 2001, o Sarau da Cooperifa (Cooperativa Cultural da Periferia), todas as terças-feiras, no Jardim Guarujá, zona sul da capital paulista.
Após ver a exposição no Museu das Favelas, o poeta afirma que segue firme, apresentando novos mundos aos leitores das periferias.
“A sensação é de que valeu a pena ter sonhado tudo isso, valeu a pena ter vivido tudo isso, mas o que me trouxe até aqui foi mágico. Os lugares que eu passei, os perrengues, as coisas boas, as coisas tristes, as coisas alegres, disso tudo é o que está aqui. Então, para mim, é uma sensação maravilhosa”.
A exposição vai permanecer até 25 de janeiro de 2026 no Museu das Favelas em São Paulo. A entrada é gratuita.
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