As sessões ocorrerão nos dias 9, 10, 16 e 17, em locais abertos ao público nas zonas Oeste, Leste e Sul da cidade. A proposta é ampliar o acesso à produção teatral local e oferecer ao público experiências artísticas que dialogam com a identidade amazônica e com temas atuais.
A iniciativa é organizada pelo Instituto Brasileiro de Teatro (iBT) com apoio do Ministério da Cultura e conta com patrocínio da concessionária Águas de Manaus, do Instituto Carlos Roberto Hansen e do Grupo Tigre. O projeto também recebe apoio institucional de entidades como o Sinetram, Benevolência, Federação de Teatro do Amazonas, Ateliê 23 e Buia Teatro. A curadoria é assinada por Aline Mohamad, que destaca a diversidade de linguagens cênicas e a conexão direta das peças com a realidade regional. Os espetáculos abordam temas que transitam entre memória, pertencimento, ancestralidade, exclusão e afetividade.
No dia 10, o grupo Jurubebas de Teatro leva ao anfiteatro da Ponta Negra a montagem Tucumã e Buriti – As Brocadas do Tarumã-Açu, uma narrativa que acompanha o dilema de duas irmãs ribeirinhas diante da possibilidade de deixar ou permanecer na comunidade onde vivem. A escolha do local busca aproximar o público de espetáculos que têm como base a vivência amazônica, com elementos que misturam oralidade, dança, música e poesia.
Na zona Leste, a comunidade do Jorge Teixeira recebe três apresentações no dia 16. A programação começa com Bertoldo – Estudo nº 1, do grupo Buia Teatro Company, que leva ao público um universo lúdico embaixo dágua. Em seguida, Lia Benacon apresenta Filha do Encontro das Águas, que explora elementos da cultura local com foco na força das raízes e da ancestralidade. Encerrando a noite, a peça Balões, da Barravento Cia. Teatral, traz uma comédia poética com influências nordestinas e linguagem popular.
O encerramento da mostra acontece no dia 17, com apresentações na zona Sul. A programação começa às 15h com o espetáculo Menina Miúda, da Companhia Homônima, seguido por Cê Virou Planta, da Soufflé de Bodó Cia. de Teatro, que discute o luto e a permanência da memória. No Largo São Sebastião, a partir das 17h, haverá uma sequência de cenas curtas com os trabalhos Anselmo, Serrador e Vida de Peixe-boi, com foco em temas sociais e existenciais. Às 19h, no Teatro Gebes de Medeiros, o espetáculo Sebastião, do Ateliê 23, encerra a programação. A peça retrata a resistência de sete drag queens que frequentam um bar LGBT durante a Ditadura Militar, com base no livro Um Bar Chamado Patrícia, de Bosco Fonseca.
Além de valorizar a produção local, a Mostra Águas de Manaus reafirma o papel da cultura como instrumento de transformação e diálogo social. A programação foi pensada para atingir diferentes perfis de público, estimulando o contato direto com o teatro em espaços descentralizados e acessíveis. Para os organizadores, trata-se de uma oportunidade de promover o encontro entre artistas e comunidades, fortalecendo a cena cultural do Amazonas com inclusão e representatividade.