Moda na COP30: Território como Protagonista
A Conferência das Partes (COP30) começou esta semana, e a moda, um setor responsável por até 10% das emissões globais de gases de efeito estufa, está avançando em sua agenda climática. Além das negociações oficiais, a moda está presente em ativações paralelas que reforçam o papel da cultura como ferramenta de engajamento e transformação social.
A diversidade cultural da conferência global desperta a curiosidade sobre os símbolos e processos por trás de cada peça. Ter a Amazônia como sede reforça a importância do diálogo entre o vestir e os territórios. O estilista indígena Sioduhi destaca que a moda pode ser uma grande aliada para o desenvolvimento social de cada território, especialmente quando atrelada à bioeconomia.
Eventos e Painéis
O evento “Vestir Amazônia, Reflorestar o Clima” promoveu rodas de conversa e um desfile-manifesto com direção criativa de Sioduhi e participação de nomes referência em sustentabilidade no Brasil. Além disso, a moda também está presente em painéis de discussão em diferentes espaços da conferência, incluindo a Zona Azul, onde acontecem as negociações oficiais.
Um dos destaques foi o debate sobre a descarbonização do setor têxtil no Sul Global, realizado no pavilhão do Paquistão, com participação de representantes brasileiros. A circularidade foi um tema frequente nos painéis, e a assinatura simbólica entre a ABIT e a plataforma Recircula, do Governo Federal, promete trazer mais rastreabilidade para o setor.
- A moda pode ser uma grande aliada para o desenvolvimento social de cada território.
- A bioeconomia é um dos caminhos mais promissores para propor alternativas mais sustentáveis aos modelos de negócios vigentes.
- A circularidade é um tema fundamental para a transição justa do setor têxtil.
De acordo com o Índice de Transparência da Moda – Edição Clima, do Instituto Fashion Revolution Brasil, apenas 22 marcas que operam no Brasil e divulgam suas emissões, emitem o equivalente a Portugal inteiro. Isso reforça o peso significativo do setor para a crise climática.
A urgência do debate climático precisa ir além da descarbonização e da circularidade. A transição justa exige colocar as vozes e a liderança das comunidades no centro da construção de alternativas energéticas inclusivas e emancipadoras.
Para Laura Madalosso, cofundadora da Cora Design, “a presença da moda na COP30 ainda é tímida, e é necessário uma presença mais articulada e estratégica do setor para avançar na agenda climática”.
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