Ministério da Justiça Substituirá Sistema de Inteligência Após Vazamento de Dados
O Ministério da Justiça e Segurança Pública decidiu substituir o sistema de inteligência utilizado pelas polícias de todo o país para cruzar dados de pessoas, empresas e veículos. Essa decisão foi tomada após o vazamento de dados, que incluiu cerca de 70 milhões de CPFs registrados como autores de mais de 213 milhões de consultas feitas por meio da conta do governo do Rio de Janeiro na plataforma de inteligência Córtex.
O novo sistema, que deve ser implementado ainda no primeiro semestre de 2026, promete melhorias significativas em relação à plataforma anterior. Ele contará com auditorias automatizadas, maior transparência e rastreabilidade das consultas realizadas, o que reduziria os riscos de segurança apresentados. Além disso, o ministério ordenou o recadastramento dos órgãos que têm acesso oficializado à plataforma, o que ocorrerá entre 18 e 28 de janeiro, período em que a plataforma estará bloqueada.
Contexto e Preocupações
A plataforma Córtex foi implementada em 2021, durante o governo de Jair Bolsonaro, e deveria ser utilizada apenas por entidades que firmaram convênio com o governo federal. No entanto, a concentração dos dados em uma única plataforma compartilhada com entidades cadastradas levantou questionamentos sobre a segurança das informações e a conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Além disso, aumenta os riscos de vazamento de dados sensíveis, como informações pessoais e registros de reconhecimento facial.
Integrantes do ministério suspeitam que dados do Córtex tenham sido raspados por robôs em consultas feitas com chaves de acesso originalmente cedidas à Polícia Militar do Rio de Janeiro. A pasta ainda investiga as formas ilícitas de acesso e o destino das informações raspadas.
- Substituição do sistema de inteligência para melhorar a segurança dos dados.
- Implementação de auditorias automatizadas e maior transparência.
- Recadastramento dos órgãos que têm acesso oficializado à plataforma.
O Ministério da Justiça ainda não forneceu detalhes sobre o volume de dados vazados e se os órgãos proprietários das chaves de acesso também serão investigados.
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