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MBRF3 na B3: o que esperar da nova gigante formada por Marfrig e BRF

A fusão entre a Marfrig (MRFG3) e a BRF (BRFS3) já tem data para ser concluída: 22 de setembro, segundo comunicado conjunto divulgado pelas duas empresas na segunda-feira (8). No dia seguinte, em 23 de setembro, a nova ação da companhia, que terá o ticker MBRF3, passará a ser negociada na bolsa de valores.

Na semana passada, o Tribunal do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) já havia dado o aval para a operação, em decisão unânime e sem restrições. Agora que o processo está prestes a ser finalizado e a listagem da nova ação tem data marcada, a dúvida é: o que esperar da mais nova gigante dos alimentos?

O que dizem os analistas

O Goldman Sachs calcula que a empresa resultante terá valor de mercado de US$ 5,1 bilhões e receita de US$ 27,8 bilhões (últimos 12 meses), com exposição geográfica de 44% nos EUA e 27% na América Latina. O portfólio reúne marcas fortes, como Sadia, Perdigão, Montana, Bassi, Black Canyon e Iowa Premium.

A instituição financeira global mencionou em relatório que a “MBRF deve operar com alavancagem pró-forma de 2,9x e negociar a 5,9x EV/EBITDA (valor da empresa/lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) projetado para os próximos 12 meses, segundo estimativas do banco (em IFRS e antes das sinergias)”.

Alavancagem é a relação entre dívida e geração de caixa; EV/EBITDA é um múltiplo usado para avaliar empresas; IFRS é uma norma internacional que padroniza divulgação de resultados; já a sinergia se refere aos benefícios que surgem quando duas empresas se unem.

A casa tem recomendação de compra para as ações da Marfrig, com preço-alvo de 12 meses de R$ 26,50, e não tem recomendação para as ações da BRF.

Já o Bradesco BBI destacou que a aprovação do Cade eliminou as incertezas em relação à fusão. Agora, a atenção dos investidores deve se voltar para a entrega das sinergias

São “R$ 805 milhões em economias anuais (R$ 485 milhões de cross-selling e cadeia de suprimentos, R$ 320 milhões de despesas administrativas) e um VPL tributário de R$ 3 bilhões – que permanecem como o principal motor de geração de valor na nova companhia”, disse o banco, que mantém recomendação neutra enquanto aguarda “maior clareza sobre o ritmo e a escala de realização”. VPL é o Valor Presente Líquido de benefícios fiscais que a empresa espera obter no futuro.

Assim como o Bradesco BBI, o Santander manteve a classificação neutra para o papel. O Banco citou que, apesar do aumento da diversificação, há “alta alavancagem implícita após o fechamento do negócio”.

Direito de retirada, substituição e dividendos

No comunicado conjunto, Marfrig e BRF informaram que alguns acionistas exerceram o direito de retirada – mecanismo previsto na lei que dá ao investidor minoritário a opção de sair da companhia e receber de volta o valor de suas ações quando não concorda com operações como fusões ou incorporações.

No total, acionistas titulares de 9,98 milhões de ações ordinárias da BRF e de apenas 5 ações ordinárias da Marfrig optaram por essa saída, resultando em um valor de reembolso de R$ 198,5 milhões para a BRF e R$ 16,60 para a Marfrig.

Leia mais: Novas ações da MBRF, fusão entre Marfrig e BRF, estreiam na B3 em 23 de setembro

As companhias também definiram a relação de troca: cada ação da BRF será substituída por 0,8521 ação da Marfrig. Além disso, anunciaram o pagamento de dividendos de R$ 2,3 bilhões pela Marfrig (R$ 2,81 por ação, yield de 12,4%) e R$ 3,3 bilhões pela BRF (R$ 2,07 por ação, yield de 11,0%).

Para o Safra, o fechamento da operação está em linha com as expectativas, e a baixa adesão ao exercício do direito de retirada é uma notícia marginalmente positiva. “Mantemos recomendação de outperform para MRFG3 e BRFS3, uma vez que a fusão deve fortalecer ainda mais a companhia e destravar valor por meio das sinergias”.

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