O retorno do Linkin Park aos palcos já seria suficiente para causar comoção. Mas a escolha da banda em seguir sem Chester Bennington — e, mais ainda, ao lado de uma mulher no vocal — acendeu debates acalorados nas redes. Desde setembro de 2024, Emily Armstrong, ex-vocalista da banda Dead Sara, ocupa o microfone principal do grupo. E apesar da resistência de parte dos antigos fãs, o grupo americano liderado por Mike Shinoda garante: não vai recuar.
Em entrevista ao podcast Broken Record, Shinoda foi direto ao comentar as críticas — muitas com tom machista — recebidas desde a entrada de Emily: “O fã misógino de metal, barbado, que amava nossos dois primeiros discos e acha que é o dono da verdade… ele vai nos odiar. Mas está tudo bem. Não sentimos falta dessa parcela.”
Emily, que tem 39 anos e cresceu ouvindo Hybrid Theory (2000), teve sua estreia no disco From Zero (2024), o primeiro lançamento da banda desde One More Light (2017), marcado pela morte de Chester. A vocalista, fã declarada desde os 13 anos, imprime uma nova energia ao grupo — e atrai um novo público.
“Essa pessoa que se foi será substituída por uma garota de 15 anos dizendo: ‘Nunca curti som pesado, mas agora quero aprender a tocar guitarra’. E eu amo isso”, completou Shinoda.
O grupo parece ciente da transformação que está provocando na cena do rock — e não se desculpa por isso. Pelo contrário, o Linkin Park está disposto a abrir espaço para vozes novas, mesmo que isso signifique deixar para trás parte de seu público original.
A nova fase poderá ser vista de perto pelos fãs brasileiros ainda este ano. O Linkin Park desembarca no país para três apresentações em novembro: dia 5 em Curitiba (Estádio Couto Pereira), dia 8 em São Paulo (MorumBIS) e dia 11 em Brasília (Arena BRB Mané Garrincha). Os ingressos estão disponíveis no site da Ticketmaster.
Linkin Park comenta com quem eles gostariam de trabalhar
Recentemente, Mike Shinoda, do Linkin Park, destacou Doechii como uma artista com quem quer trabalha, uma parceria dos sonhos.
Segundo a Billboard, em uma conversa com Drink Champs, Shinoda e Joe Hahn, do Linkin Park, listaram algumas das maiores figuras do hip-hop com quem adorariam fazer música. Na lista de Mike estavam Wu-Tang Clan, Kendrick Lamar, Tyler, the Creator e André 3000. Ele então adicionou Lauryn Hill e fez um agradecimento especial a Queen Latifah. “Ela é tão confiante e não é como vender sexo“, disse Shinoda, acrescentando: “Ela parecia um modelo a ser seguido”.
“Ah, Doechii. Por que eu não disse Doechii? … Eu deveria ter dito Doechii antes.” Depois de navegar pelo celular para relembrar rappers femininas, ele acrescentou: “A Doja [Cat] é demais”.
Vale lembrar que a banda se uniu com Jay-Z para o sucesso de “Numb / Encore”, do EP conjunto Collision Course, de 2004. O Linkin Park também colaborou posteriormente com Rakim no single de 2014, “Guilty All the Same“, e com Pusha T e Stormzy em “Good Goodbye”, de 2017.
O Linkin Park segue consolidando seu retorno como um dos mais marcantes da cena musical contemporânea. A banda acaba de lançar a aguardada edição deluxe do álbum From Zero, incluindo três faixas inéditas que prometem emocionar os fãs. Entre elas, o destaque fica para “Let You Fade”, novo single que encerra o disco com intensidade emocional e um dueto poderoso entre Mike Shinoda e Emily Armstrong. A canção equilibra peso e sutileza em uma combinação que remete à essência do grupo, agora renovada.
Paralelamente ao lançamento, o Linkin Park também revelou detalhes de sua próxima turnê mundial. A From Zero World Tour, organizada pela Live Nation, passará por diversos continentes e chega à América do Sul com apresentações confirmadas no Brasil. Os fãs brasileiros poderão conferir os shows em Curitiba (5 de novembro), São Paulo (8 de novembro) e Brasília (11 de novembro).