O que começou com um tímido encontro nos bastidores de um programa de TV em 2009 hoje é o alicerce de uma nova era para Justin Bieber. Ao lado de Hailey — com quem trocou alianças, enfrentou crises e dividiu um renascimento pessoal — e do recém-nascido Jack Blues, o astro canadense reflete, pela primeira vez sem filtros, tudo o que viveu. E ele faz isso da maneira mais íntima possível: através da música.
‘Swag’, lançado neste mês, não é apenas o novo disco de Bieber. É sua catarse. Um acerto de contas com a fama precoce, as polêmicas públicas, a ex que nunca deixava os holofotes e, principalmente, consigo mesmo. Faixas como “Therapy Session” e “Walking Away” escancaram o impacto emocional de viver sob constante escrutínio. “As pessoas estão sempre perguntando se eu estou bem, e isso começa a pesar muito em mim”, desabafa o cantor, em tom cru, no álbum e também em uma esquete promocional com o comediante Druski.
Mas o tom melancólico dá espaço à esperança. Em “Go Baby”, Justin transforma sua admiração por Hailey em versos doces — e, claro, marqueteiros: “Essa é minha querida, ela é icônica, capa de iPhone, brilho labial”, canta ele, numa referência direta à marca de beleza da esposa, Rhode. A própria Hailey, ao lado do filho Jack, estampa a capa do disco — uma escolha que, para os fãs, diz mais do que mil stories.
Fontes próximas ao cantor revelaram à Rolling Stone que Swag é o trabalho mais pessoal e sincero que Justin Bieber já compartilhou com o público. A separação oficial de Scooter Braun, ex-empresário e figura central em sua carreira por mais de uma década, abriu caminho para uma liberdade criativa inédita. “Justin queria isso há muito tempo”, contou a fonte. “Agora ele finalmente pode mostrar quem ele realmente é.”
Da obsessão à redenção: Justin Bieber e um roteiro de amor moderno
O caminho até aqui foi, no mínimo, conturbado. Após anos de idas e vindas com Selena Gomez — marcados por aparições públicas, indiretas nas redes e um fandom dividido —, Justin e Hailey engataram um romance oficial em 2016, que logo desmoronou em silêncio. Mas foi na fé, em um reencontro durante uma conferência da igreja Hillsong, que o casal encontrou o eixo perdido. Poucos meses depois, em julho de 2018, ele a pediu em casamento. Em setembro do mesmo ano, disseram “sim” no civil. Um ano depois, a cerimônia religiosa para amigos e família oficializou o recomeço.
Desde então, os dois encararam batalhas de saúde — ela, com um mini AVC; ele, diagnosticado com a síndrome de Ramsay Hunt. Ainda assim, permaneceram juntos, longe dos escândalos e perto daquilo que importava: reconstruir.
Jack, o recomeço
Em agosto de 2024, o casal deu as boas-vindas a Jack Blues Bieber. A gravidez já havia sido anunciada em maio, em um ensaio delicado durante a renovação de votos. Para muitos, o nascimento do bebê simbolizou o encerramento definitivo de um ciclo — e o início de outro.
O álbum mais livre de sua carreira
Livre de amarras profissionais após encerrar a parceria com Scooter Braun, Justin teve, segundo fontes próximas, “100% de liberdade criativa” para criar ‘Swag’. “Esta é a versão mais pura de Justin que já vimos”, revelou uma fonte à Rolling Stone.
E talvez seja mesmo. Mais do que beats bem produzidos ou letras radiofônicas, o disco entrega humanidade. Ele canta sobre medo, sobre amor, sobre compromisso. Sobre crescer — diante do mundo, mas sem perder a essência.
Um popstar que sobreviveu a si mesmo
Justin Bieber, que já foi o garoto-prodígio que todos queriam ver cair, agora se mostra como o homem que decidiu ficar de pé. Ao lado de Hailey e Jack, ele encontrou o que por anos buscou em músicas, relacionamentos e excessos: estabilidade.