ITUB4: BBI segue otimista mesmo após forte alta; “pronto para atacar e defender”

Um meio-campista central, sendo uma boa peça e pronto para funções tanto no ataque quanto na defesa e responsável por controlar o ritmo do jogo. É assim que o Bradesco BBI, ao fazer paralelos futebolísticos, enxerga o Itaú Unibanco (ITUB4) entre os bancos, mantendo recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) com preço-alvo de R$ 44 (potencial de alta de 25% frente o fechamento de sexta-feira) para 2026.

O otimismo do BBI segue apesar da forte alta de 34,5% da ação no acumulado de 2025; o ganho expressivo, inclusive, foi o motivo principal para o UBS BB ter cortado a recomendação de ITUB4 de compra para neutro no último dia 10 de julho.

Marcelo Mizrahi e Eric Ito, analistas que assinam o relatório do BBI, têm uma visão positiva para o Itaú, uma vez que o banco deve manter um bom momentum em comparação com os outros segmentos em sua cobertura, como resultado de uma carteira bastante defensiva, sólida posição de capital e expansão do ROE (Retorno sobre o patrimônio líquido).

A visão também é de que o banco pode distribuir um dividend yield (dividendo em relação ao preço da ação) de 11,0% em 2025, considerando a forte geração de capital, o que parece fora do radar.

Os resultados do Itaú serão divulgados no próximo dia 5 de agosto, após o fechamento do mercado de ações. O Bradesco BBI projeta que o Itaú tenha R$ 11,6 bilhões em lucro líquido, 2,1% acima do consenso, com mais um trimestre de forte desempenho, onde destaca a expansão sequencial da margem financeira a partir de um mix melhor, enquanto as despesas com provisão devem permanecer nominalmente estáveis, já que a inadimplência tende a estar sob controle.

A XP Investimentos espera que o Itaú apresente outra melhora sequencial em seus resultados. Para a carteira de crédito, prevê um crescimento mais lento em veículos, bem como o câmbio afetando negativamente os segmentos corporativo e da América Latina. Esses efeitos devem ser parcialmente compensados por financiamentos imobiliários e cartões de crédito.

“Como resultado, prevemos um crescimento de 11,4% na carteira de crédito em relação ao ano anterior (+13,2% no 1T25). Esperamos que esse crescimento convirja gradualmente para a faixa da projeção para 2025 (entre +4,5% e +8,5%). Em relação à qualidade do crédito, o Itaú deve registrar um aumento marginal nos NPLs [índices de inadimplência] acima de 90 dias (+10 bps para 2,4%), impulsionado por pessoas físicas e PMEs. No entanto, o custo do risco deve permanecer em 2,6%”, avalia a XP sobre o banco.

Após um trimestre sazonalmente mais fraco, a XP projeta uma melhora nas taxas, em grande parte devido a seguros, gestão de ativos e maior intercâmbio. No entanto, isso deve ser parcialmente compensado por uma normalização das despesas. Como resultado, projeta-se que o lucro líquido continue sua tendência positiva, encerrando o trimestre em R$ 11,3 bilhões, refletindo um sólido crescimento de 12,6% em relação ao ano anterior (+1,9% em relação ao trimestre anterior), o que implica um ROAE (retorno médio sobre o patrimônio líquido) de 23,2% (+70 bps em relação ao trimestre anterior). “De modo geral, não prevemos que os resultados trimestrais desencadeiem qualquer reação forte do mercado”, avalia a XP.

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