A recente imposição de tarifas pelos Estados Unidos ao Brasil reacendeu o debate sobre as relações comerciais e políticas entre os dois países. Segundo o ex-embaixador brasileiro, a medida reflete um cenário de crescentes tensões e desafios no comércio internacional, onde as regras antes previsíveis parecem não mais se aplicar.
“Não há mais regras previsíveis do comércio internacional”, disse.
“Não há mais a OMC [Organização Mundial do Comércio] para recorrer.” – afirmou o ex-embaixador, indicando uma possível fragilidade nas instituições globais de comércio.
A avaliação do ex-embaixador é que a tarifa imposta ao Brasil possui motivações políticas, ligadas a questões como o ex-presidente Bolsonaro e pressões de grandes empresas de tecnologia. Ele alerta para o risco de que eventuais regulamentações brasileiras possam gerar atritos com os interesses da indústria e do mercado dos EUA.
Barbosa aponta para exemplos de países e blocos como México, Canadá, União Europeia e Coreia, que tentaram confrontar os Estados Unidos, mas acabaram retomando o diálogo. Segundo o diplomata, o diálogo é essencial para a manutenção de relações comerciais saudáveis.
“Não tem alternativa” – afirmou o diplomata, defendendo a negociação.
Ele destaca que apenas a China conseguiu resistir, por ser uma grande potência e principal parceira comercial dos EUA.
Desafios na Comunicação Bilateral
Outra preocupação levantada é a aparente falta de canais de comunicação abertos entre Brasil e Estados Unidos, tanto no governo norte-americano quanto no Departamento de Estado. Essa falta de diálogo pode agravar ainda mais as tensões e dificultar a busca por soluções diplomáticas.
Como você pode imaginar o Brasil, uma potência média, líder na América do Sul, com um comércio de U$ 90 bilhões com os Estados Unidos, não conversar?, questionou o ex-embaixador, evidenciando a importância de um diálogo aberto e constante entre os dois países. A situação exige atenção e busca por soluções diplomáticas para evitar maiores prejuízos nas relações bilaterais.