Sistema está cada vez mais presente no dia a dia, mas muitas pessoas ainda têm dúvidas sobre seu funcionamento e armazenamento de dados; entenda O reconhecimento facial é uma das formas mais populares de biometria atualmente — ou seja, uma técnica de identificação de pessoas. A partir de inteligência artificial e algoritmos, a tecnologia detecta as características únicas de cada rosto, e já faz parte da nossa rotina: está no desbloqueio de celulares, em sistemas de segurança de prédios e lojas, no controle de fronteiras em aeroportos e até em aplicativos de banco. Mas, afinal, como ela funciona? E até que ponto é segura?
Pensando nisso, o TechTudo preparou um guia para explicar tudo sobre o sistema: como opera, os diferentes tipos disponíveis, para onde vai o armazenamento dos dados, além das vantagens e riscos envolvidos no uso. Confira.
🔎 Quais foram os piores vírus de computador? Conheça os 5 mais assustadores
🔔 Canal do TechTudo no WhatsApp: acompanhe as principais notícias, tutoriais e reviews
Reconhecimento facial: veja como funciona, onde tecnologia é usada atualmente e o que fazer para proteger seus dados
Mariana Saguias/TechTudo
📝 Inteligência artificial é perigosa? Veja no Fórum TechTudo
O que é reconhecimento facial? Como realmente funciona?
O reconhecimento facial é uma tecnologia capaz de checar a identidade de uma pessoa a partir do seu rosto. Funciona assim: primeiro, o sistema faz uma captura, seja por foto ou vídeo. Depois, ele localiza o rosto e separa essa parte do fundo da imagem. Em seguida, analisa características muito únicas do usuário, como a distância entre os olhos, o formato do nariz, a curvatura do queixo e até assimetrias, criando uma espécie de “assinatura digital” da face. Por fim, esses dados são comparados com imagens armazenadas em um banco maior.
Esse processo pode acontecer de duas maneiras: por verificação ou por identificação. No primeiro caso, o sistema apenas confirma se o rosto corresponde a uma imagem cadastrada anteriormente, como acontece ao desbloquear o celular com o Face ID. Já na identificação, o sistema tenta descobrir quem é a pessoa na imagem, comparando seu rosto com dezenas ou centenas de outras fotos armazenadas em um banco de dados, tal como em sistemas de vigilância que buscam reconhecer rostos de suspeitos em locais públicos.
Face ID é nome dado ao sistema de reconhecimento facial usado em celulares iPhone (iOS)
Reprodução
Onde essa tecnologia é usada hoje?
O reconhecimento facial já faz parte do cotidiano em diversas áreas — da segurança à conveniência no varejo. Veja alguns dos principais usos:
Desbloqueio de celulares e dispositivos: substitui senhas por leitura facial;
Controle de fronteiras: agiliza processos de check-in e imigração em aeroportos;
Pagamentos com o rosto: já testado em lojas físicas, apps de delivery e até integrado a cartões com tecnologia NFC, permitindo compras sem senha ou contato físico.
Segurança pública: câmeras em locais públicos cruzam rostos com bancos de dados policiais;
Instituições financeiras: usado para autenticar transações e prevenir fraudes;
Redes sociais e nuvem de fotos: algumas plataformas usam para marcar amigos ou organizar álbuns;
Controle de acesso físico: presente em portarias de condomínios, escritórios e eventos;
Varejo físico: lojas usam para monitorar comportamentos, identificar clientes VIPs ou tentar evitar furtos.
Vale destacar que, segundo um levantamento da Top10VPN, o Brasil ocupa atualmente o 15º lugar no ranking global de países com mais redes de câmeras de vigilância equipadas com reconhecimento facial, atrás de nações como Vietnã, Estados Unidos, México e Reino Unido.
Reconhecimento facial está presente em estabelecimentos, aeroportos, condomínios residenciais e mais
Reprodução/Getty images
Quais são as vantagens do reconhecimento facial? E os riscos?
O reconhecimento facial tem se tornado comum porque oferece agilidade, praticidade e mais controle em várias situações. Entre os principais benefícios estão a automação de tarefas, como liberar acessos ou confirmar identidades, e a redução do uso de senhas, crachás e outros objetos físicos. Além disso, ele permite registrar com precisão quem entrou ou saiu de um local, em tempo real.
Por outro lado, a tecnologia também apresenta riscos. Um dos principais é que os sistemas nem sempre funcionam com a mesma precisão para todas as pessoas. Estudos, como o do Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia dos Estados Unidos (NIST), mostraram que muitos algoritmos de reconhecimento facial apresentavam taxas significativamente mais altas de erro ao analisar rostos de pessoas negras, asiáticas, mulheres ou idosos. Isso pode levar a falhas, abordagens indevidas ou decisões injustas.
A parte legal também é um ponto de atenção. No Brasil, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) trata dados biométricos como sensíveis. Por isso, só podem ser coletados se a pessoa concordar de forma clara e voluntária. No entanto, por falta de conhecimento sobre o tema, muitas pessoas acreditam que são obrigadas a se cadastrar quando solicitadas. Isso abre brechas para que esses dados sejam usados sem o devido conhecimento, sem que fique claro quem está coletando, onde estão sendo armazenados ou por quanto tempo.
LGPD regula critérios relacionados à privacidade dos brasileiros
Reprodução: TechTudo
Outro risco importante é o vazamento de dados. Ao contrário de uma senha, o rosto não pode ser trocado. Logo, se um criminoso tiver acesso a bancos de dados com essas informações, ele pode aplicar golpes bastante prejudiciais. Entre os exemplos, a abertura de contas falsas em bancos, pedidos de crédito em nome de outra pessoa ou até o acesso a aplicativos que usam reconhecimento facial como forma de login. Em alguns casos, golpistas conseguem essas imagens em redes sociais ou vídeos públicos e tentam enganar os sistemas, simulando a identidade da vítima.
VEJA CASOS:
Novo golpe rouba imagem do rosto e acessa app de banco; saiba se proteger
Venda de íris no Brasil: o que você precisa saber sobre
Reconhecimento facial em celulares Android pode ser burlado; veja modelos
Prós e contras da biometria facial
Afinal, como se proteger?
Para evitar problemas com o uso da biometria, vale seguir algumas dicas básicas. Sempre que puder, ative a verificação em duas etapas nos apps que usam reconhecimento facial, pois isso ajuda a proteger sua conta mesmo se alguém tentar se passar por você. Da mesma maneira, evite postar fotos em alta qualidade do seu rosto em redes sociais abertas, pois elas podem ser usadas em golpes.
Também é importante estar atento às permissões dos aplicativos no celular, só concedendo acesso à câmera quando for realmente necessário. Por fim, tente usar serviços que expliquem claramente como seus dados são coletados e guardados — e não tenha medo de perguntar ou recusar se algo parecer suspeito. É bom lembrar que, ao usar biometria em locais públicos, como lojas ou prédios, você pode recusar a coleta dos seus dados. E, se aceitar, tem o direito de saber onde essas informações vão ficar e como serão usadas.
Perguntas frequentes sobre Reconhecimento Facial
O reconhecimento facial funciona com máscara, óculos ou boné? Esses itens geralmente atrapalham a identificação, mas muitas tecnologias já conseguem identificar o rosto focando na parte dos olhos e da testa;
Para que serve o reconhecimento facial? É usado para desbloquear celulares, autorizar compras, fazer login em apps, identificar suspeitos e até encontrar pessoas desaparecidas;
Quão preciso é o reconhecimento facial? Funciona mesmo? Depende do sistema e da qualidade da imagem. Nos mais elaborados, costuma acertar sempre. Porém, para tarefas do dia a dia, pode falhar com mudanças no rosto, pouca luz ou uso de acessórios;
Quais são alguns exemplos de tecnologia biométrica? Reconhecimento facial, impressão digital, reconhecimento de voz, escaneamento da retina e até teste de DNA;
A tecnologia de reconhecimento facial é segura? Pode ser segura, mas há risco de vazamento de dados. Para se proteger, use redes confiáveis, evite apps duvidosos, ative a autenticação em dois fatores, mantenha seus dispositivos atualizados, use senhas fortes como alternativa de desbloqueio e desative o reconhecimento facial em locais públicos sempre que possível;
O reconhecimento facial pode ser enganado por uma foto? Sim, os sistemas mais simples podem ser enganados. Os mais avançados usam tecnologia 3D para evitar isso;
O que é o reconhecimento facial no celular? É quando o celular escaneia seu rosto para desbloquear a tela, acessar apps ou fazer compras sem precisar de senha. O Face ID, da Apple, é um exemplo.
Com informações G1, Norton Security, NIST, Envista Forensics, Recfaces.
Vídeo: Você sabe diferenciar um vídeo real ou feito com IA? Testamos o público!
Você sabe diferenciar um vídeo real ou feito com IA? Testamos o público!
Mais do TechTudo