Após mínima do ano, dólar futuro ensaia retomada de alta; veja próximo passo da moeda

Câmbio de dólar para real e real para dólar impacta os negócios que trabalham com remessas internacionais e comércio exterior

O dólar futuro vem operando em trajetória de baixa em 2025, refletindo tanto o alívio no cenário externo quanto a redução da percepção de risco no ambiente doméstico. Com menor pressão inflacionária nos Estados Unidos e um ambiente de juros mais benigno no Brasil, o contrato acumula até o momento uma desvalorização de 12,99% no ano, tendo registrado na última semana sua mínima anual em 5.437,5 pontos.

Apesar da tendência predominante de queda, a sessão mais recente trouxe um sinal de inflexão, com um forte repique de alta que pode abrir espaço para um movimento de recuperação no curto prazo. No entanto, o cenário segue indefinido e requer atenção redobrada: o rompimento de resistências pode reforçar o fôlego comprador, enquanto a perda dos suportes recentes tende a reativar a pressão vendedora.

Para entender até onde o preço do dólar futuro pode ir, confira a análise técnica completa e os principais pontos de suporte e resistência.

Análise técnica do Dólar futuro

No gráfico diário, observo que o dólar futuro manteve sua trajetória descendente ao longo de 2025, renovando mínimas sucessivas desde que marcou topo na faixa dos 6.605 pontos, no fim de 2024. No entanto, a sessão mais recente trouxe uma mudança relevante no comportamento: o ativo subiu 2,28%, fechando aos 5.608,5 pontos, rompendo as médias móveis com um candle expressivamente comprador.

Esse movimento abre espaço para uma possível sequência de alta no curto prazo, desde que o dólar consiga superar, de forma consistente, a região de 5.638/5.714 pontos. Caso essa resistência seja vencida, os próximos alvos técnicos se projetam nas faixas de 5.874/5.952 pontos, podendo avançar até os 6.109 pontos e posteriormente para os 6.245/6.400 pontos, retomando o caminho de recuperação iniciado na última sessão.

Por outro lado, caso o ativo perca novamente a região das médias móveis e rompa o suporte imediato em 5.539/5.496 pontos, a força compradora poderá se dissipar rapidamente. Nesse cenário, os suportes seguintes a serem monitorados estarão em 5.437,5/5.369 pontos, com alvos estendidos para 5.310/5.243 pontos — patamares que poderiam reacender o movimento de baixa e colocar pressão vendedora novamente em cena.

Fonte: Nelogica. Gráfico diário. Elaboração: Rodrigo Paz

Análise de médio prazo

No gráfico semanal, a leitura de médio prazo segue inclinada para a continuidade do movimento de baixa. Desde o topo anual nos 6.605 pontos, o dólar futuro vem perdendo força e registrou sua mínima do ano na última semana em 5.437,5 pontos — nível que agora se configura como suporte crucial. A perda desta faixa tende a acelerar o fluxo vendedor, com projeções de queda para 5.310/5.200 pontos e alvos mais amplos em 5.095/5.009 pontos, com possível extensão até os 5.000 pontos.

Apesar da predominância da pressão vendedora, chamo a atenção para o recente movimento de reação, que poderá ganhar tração caso o ativo consiga superar a região das médias móveis e a resistência situada entre 5.635/5.795 pontos. Se isso ocorrer, há espaço técnico para uma retomada mais robusta rumo às faixas de 5.937/6.245 pontos, com potencial de retorno à máxima anual nos 6.605 pontos.

Enquanto o suporte em 5.437,5 pontos for respeitado, há chance de consolidação ou repique. No entanto, a perda desse nível pode sinalizar retomada da tendência principal de baixa, com continuidade da desvalorização ao longo do segundo semestre de 2025.

Fonte: Nelogica. Gráfico semanal. Elaboração: Rodrigo Paz

Suportes e resistências do Ibovespa

Suportes:

  1. 5.437,5 pontos – Mínima do ano e suporte relevante. Perda dessa faixa pode acelerar o movimento de baixa.
  2. 5.369 pontos – Suporte técnico intermediário; pode servir de ponto de parada temporária no curto prazo.
  3. 5.310 pontos – Região importante, já testada anteriormente; alvo técnico em caso de renovação de mínimas.
  4. 5.243 pontos – Projeção de suporte mais estendido dentro do atual canal de baixa.
  5. 5.200 pontos – Suporte psicológico; pode servir como base para repique.
  6. 5.095 pontos – Suporte de médio prazo no gráfico semanal; região que pode atrair compradores mais posicionados.
  7. 5.009 pontos / 5.000 pontos – Alvo projetado de mais longo prazo caso o dólar siga renovando mínimas no semestre.

Resistências:

  1. 5.608,5 pontos – Fechamento da última sessão; já marca ponto de atenção após forte candle de alta.
  2. 5.635 a 5.714 pontos – Faixa de resistência das médias móveis; primeira barreira importante para continuidade do repique.
  3. 5.795 pontos – Resistência intermediária no gráfico diário.
  4. 5.874 a 5.952 pontos – Região onde o ativo pode desacelerar em caso de avanço mais forte.
  5. 6.109 pontos – Resistência técnica relevante, próximo de topos anteriores recentes.
  6. 6.245 a 6.400 pontos – Zona de congestão anterior; possível alvo de recuperação mais estendida.
  7. 6.605 pontos – Resistência de longo prazo.

(Rodrigo Paz é analista técnico)

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