IOF, Selic alta e ameaça de taxação fazem parte do “cenário Brasil”, diz CEO da Kinea

Ser uma gestora de investimentos no Brasil requer flexibilidade e adaptação para enfrentar instabilidades políticas, econômicas e fiscais, avalia Marcio Verri, CEO e um dos fundadores da Kinea. Para isso, as melhores estratégias são a diversificação e o olhar atento às características dos investimentos para além da rentabilidade.

Verri foi um dos participantes do painel “Os segredos das gestoras campeãs do Outliers InfoMoney 2025”, na Pop-Up InfoMoney na Expert XP 2025, que também contou com a participação de Bruno Marangoni, da SPX Capital. As duas gestoras lideraram a premiação, ficando em primeiro e segundo lugar, respectivamente.

Para Verri, os principais desafios enfrentados na gestão de investimentos têm sido o cenário de Selic alta, a instabilidade nas regras fiscais — com possíveis mudanças na taxação de investimentos isentos — e a ameaça de taxação feita pelo governo do presidente americano Donald Trump contra o Brasil.

Apesar do cenário complexo, Verri diz que esses desafios fazem parte “de um cenário de estar no Brasil”.

“Isso faz parte de um cenário de estar no Brasil. Em um país em transformação, a gente não tem estabilidade para pensar sobre o futuro. Então, felizmente ou infelizmente, aí que estão os desafios e as oportunidades também”, afirma.

Rendimento não é o foco

O olhar produto a produto e o foco nas demandas do investidor são algumas das estratégias apontadas pelas gestoras vencedoras do Outliers. Para Bruno Marangoni, a estratégia não é fazer investimentos com foco em isenção ou rendimento, mas sim olhando as características de cada ativo.

Com a possível taxação dos investimentos isentos, Marangoni aposta que a previdência deverá sair como uma das vencedoras, por não ter come-cotas e por ter taxação de 10% após o prazo de 10 anos — o que a torna competitiva em relação a outros produtos, que devem ficar com taxação única de 17,5%.

Além disso, ele diz estar “animado” com o cenário que se desenha para os fundos imobiliários. “Hoje, o setor imobiliário não consegue se financiar só pela poupança, então vemos um shift para os fundos. Estou animado com as oportunidades, tem coisa nova, sofisticada, aparecendo”, afirma.

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