Inflação em Queda? O Que Esperar com a Selic a 15%

Em meio a um cenário econômico complexo, as projeções do Boletim Focus desta semana trazem um misto de alívio e cautela. Enquanto a taxa de juros permanece em um patamar elevado de 15% ao ano, as estimativas para a inflação em 2024 apontam para uma leve melhora, fixando-se em 5,17%, conforme os analistas de mercado. Essa ligeira redução em relação à semana anterior, quando a projeção era de 5,18%, sugere que as medidas adotadas pelo Comitê de Política Monetária (Copom) começam a surtir efeito.

No entanto, a inflação ainda persiste acima do teto da meta estabelecida, que é de 4,5%. Essa persistência inflacionária, mesmo diante de uma taxa de juros tão restritiva, levanta questionamentos sobre a eficácia das políticas monetárias em vigor e a necessidade de reformas estruturais mais profundas para garantir a estabilidade econômica a longo prazo. A projeção para 2026, que se mantém em 4,5% há nove semanas, indica uma expectativa de convergência para a meta, mas a trajetória até lá ainda é incerta.

Vale lembrar que o Copom elevou a taxa de juros em sete ocasiões consecutivas, como medida para conter a escalada de preços que se intensificou durante o governo Lula, impulsionada pelo aumento dos gastos públicos e pela ausência de um controle fiscal rigoroso. A Selic, atualmente em 15%, é a mais alta desde 2006, o que demonstra o tamanho do desafio enfrentado pelo Banco Central para domar a inflação sem comprometer o crescimento econômico.

Além das projeções para a inflação e a taxa de juros, o Boletim Focus também trouxe estimativas para o PIB e o câmbio. Os analistas mantiveram a projeção de crescimento econômico em 2,23% para este ano, enquanto para 2026, a expectativa é de uma expansão de 1,89%. Já para o dólar, a projeção é de que a moeda americana encerre o ano valendo R$ 5,65, um valor ligeiramente inferior à projeção da semana anterior, que era de R$ 5,70.

O Boletim Focus, divulgado semanalmente, é uma ferramenta importante para acompanhar as expectativas do mercado em relação aos principais indicadores econômicos do país. No entanto, é fundamental ressaltar que as projeções apresentadas no relatório refletem as opiniões dos analistas e não representam a posição oficial do Banco Central.