O Ibovespa Futuro opera em baixa nas primeiras negociações desta terça-feira (15). No foco dos investidores está a audiência de conciliação entre Executivo e Legislativo sobre o IOF, promovida pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Além disso, tensões comerciais e a divulgação de dados econômicos também devem influenciar o comportamento dos mercados ao longo do dia. Às 9h05 (horário de Brasília), o Ibovespa Futuro com vencimento em agosto tinha queda de 0,18%, cotado aos 136.525 pontos.
A tendência é que um acordo seja anunciado ainda hoje, com aval das três esferas, para validar ao menos parte da medida que havia sido suspensa liminarmente pelo ministro Alexandre de Moraes. A negociação, no entanto, não resolve o principal ponto de questionamento: a legalidade da própria medida. Para especialistas, a tentativa de dar sobrevida ao decreto presidencial que elevou o imposto sobre operações de crédito ignora frontalmente os limites constitucionais da atuação do Executivo em matéria tributária. “Mesmo que se chegue a um acordo para aprovar parcialmente o aumento do IOF, o fato é que a medida permanece inconstitucional”, afirma a Dra. Mary Elbe Queiroz, presidente do Cenapret.
Oportunidade na renda fixa internacional: acesse gratuitamente a seleção mensal da XP para investir em moeda forte
As atenções também estarão voltadas novamente para a resposta brasileira à ameaça dos Estados Unidos de impor tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, com reuniões entre o Comitê interministerial do governo liderado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin e representantes de setores mais afetados.
Mais cedo, o governo publicou no Diário Oficial decreto do presidente que regulamenta a Lei de Reciprocidade Econômica, que fornece mecanismos para o Brasil responder à ofensiva tarifária do presidente Donald Trump.
No cenário externo, o destaque do dia será a divulgação dos dados de inflação ao consumidor dos EUA para junho, às 9h30, com os investidores em busca de sinais de que as medidas tarifárias de Trump já estejam afetando os preços aos consumidores e da possível trajetória da taxa de juros neste ano.
Os investidores ainda seguem de olho nas negociações comerciais dos EUA com seus principais parceiros, após Trump anunciar no fim de semana tarifas de 30% sobre a União Europeia e o México.
Em Wall Street, o Dow Jones Futuro caía 0,10%, o S&P Futuro subia 0,32% e o Nasdaq Futuro tinha valorização de 0,54%.
IOF: Quais os cenários para a audiência de conciliação e como deve afetar o mercado?
Além das tarifas de Trump, esse é um outro ponto que deve movimentar bastante os mercados
Tarifaço pode cortar R$ 47,9 bi do PIB brasileiro, mas enfrenta barreiras nos EUA
Medida anunciada pelo presidente dos Estados Unidos ao Brasil é contestada por especialistas e pode ser barrada tanto na OMC como na própria Justiça americana
Ibovespa, dólar e mercado externo
O dólar à vista operava em alta de 0,07%, a R$ 5,588 na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,06%, aos 5.609 pontos.
Os mercados da Ásia-Pacífico fecharam em alta após o crescimento econômico da China no segundo trimestre superar as expectativas dos analistas.
O Produto Interno Bruto (PIB) chinês avançou 5,2% entre abril e junho, segundo o Departamento Nacional de Estatísticas, acima da projeção de 5,1% dos economistas ouvidos pela Reuters. Apesar da surpresa positiva, o ritmo foi mais fraco que o crescimento de 5,4% registrado no primeiro trimestre.
Os mercados europeus operam em alta apesar da ameaça tarifária de Trump. Os destaques de lucros na Europa nesta terça-feira incluem Experian, Ericsson e Barratt Redrow. Também serão divulgados os dados mensais de vendas no varejo do Reino Unido.
Os preços do petróleo operam no vermelho, com investidores assimilando o prazo de 50 dias dado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, para a Rússia encerrar a guerra na Ucrânia e evitar sanções aos compradores de seu petróleo, enquanto as preocupações sobre as tarifas comerciais de Trump continuavam a persistir .
As cotações do minério de ferro na China fecharam em leve alta, com dados econômicos positivos e fortalecimento dos laços entre a Austrália e a China.
(Com Reuters0
infomoney.com.br/">InfoMoney.