O Ibovespa Futuro abriu em queda nesta quarta-feira (23), contrariando o tom positivo dos mercados internacionais após o anúncio de um acordo comercial entre Estados Unidos e Japão. Investidores também acompanham com expectativa a possibilidade de um pacto tarifário entre EUA e União Europeia.
Segundo avaliação do Bradesco BBI, embora o cenário externo esteja mais favorável, as incertezas em torno de um eventual acordo entre Brasil e Estados Unidos ainda limitam um avanço mais consistente dos ativos locais.
Às 9h05 (horário de Brasília), o contrato com vencimento em agosto recuava 0,60%, aos 134.790 pontos.
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O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou na terça-feira que o acordo com Tóquio inclui o pagamento de uma tarifa mais baixa de 15% sobre os embarques aos EUA.
Trump também disse que representantes da UE estavam chegando para negociações comerciais nesta quarta, levantando expectativas de um acordo com a Europa, mesmo com a UE explorando contramedidas no caso de um impasse antes do prazo de 1º de agosto.
Na cena nacional, segue a expectativa em torno da reação do Brasil à tarifa de 50% dos EUA sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto, em meio às dificuldades do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em negociar com Washington.
No centro do atrito entre EUA e Brasil, a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) manifestação solicitada pelo ministro Alexandre de Moraes, afirmando que Bolsonaro não descumpriu restrições impostas a ele pela corte e pedindo que o magistrado esclareça os exatos termos da proibição de utilização de redes sociais.
Em Wall Street, o Dow Jones Futuro avançava 0,49%, o S&P Futuro subia 0,36% e o Nasdaq Futuro tinha alta de 0,13%.
Ibovespa, dólar e mercado externo
O dólar à vista subia 0,01%, cotado a R$ 5,568 na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento avançava 0,06%, aos 5.575 pontos.
Os mercados da Ásia-Pacífico fecharam em alta nesta quarta-feira, com as japonesas regitrando forte valorização, impulsionados pelo anúncio do presidente Donald Trump de um novo acordo comercial com o Japão. Em publicação no Truth Social, Trump classificou o acerto como “possivelmente o maior já feito”, destacando a aplicação de tarifas “recíprocas” de 15% sobre as exportações japonesas aos Estados Unidos, incluindo a redução das tarifas sobre automóveis para esse patamar.
O presidente norte-americano afirmou ainda que o Japão deverá investir US$ 550 bilhões nos EUA e que os americanos “ficarão com 90% dos lucros”, embora os detalhes do acordo não tenham sido divulgados oficialmente até o momento.
Os mercados europeus operam em alta, impulsionados pelas esperanças de uma redução de tarifas para a União Europeia após o acordo comercial entre os EUA e o Japão.
Os preços do petróleo operam perto da estabilidade, após caírem por três sessões consecutivas, já que um acordo comercial dos EUA com o Japão sinalizou progresso nas tarifas e uma pesquisa mostrou que os estoques de petróleo bruto dos EUA caíram na semana passada, indicando uma demanda mais forte.
As cotações do minério de ferro na China fecharam no vermelho, pressionados pela fraqueza do mercado imobiliário chinês, que ofuscou os recentes planos de estímulo e infraestrutura do governo.
(Com Reuters)
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