A Huawei chamou atenção do mercado tech brasileiro ao anunciar, em junho, a estreia oficial do Mate XT Ultimate no Brasil. Com preço sugerido de R$ 33 mil, o celular também se destaca pelo formato dobrável triplo, que permite o uso de três formas diferentes: com uma tela comum, com uma tela dupla, ou tripla, como se fosse um tablet.
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Eu testei o smartphone logo após o lançamento no país e, neste texto, conto se um dispositivo desses faz sentido ou se é só exagero.
É importante destacar que, neste texto, não vou discutir se o celular vale a pena, ou não, porque o Mate XT custa nada menos que R$ 33 mil. Aqui, descrevo apenas a experiência com o celular da Huawei.
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Design dobrável em três partes: inovação ou exagero?
Logo de cara, o primeiro sentimento ao pegar o Mate XT Ultimate é medo. O celular não só tem duas dobras, como é extremamente fino. E o fato de dobrar uma parte para a frente e a outra para trás pode confundir um pouco no começo.
Assim, a sensação de medo é em relação à resistência. Nos primeiros usos, dá impressão de que qualquer movimento errado pode quebrar o smartphone. E, levando em consideração que ele tem o preço de um carro popular, esse receio é justificado.
Ainda assim, o Mate XT Ultimate demonstra resistência. O celular, inclusive, alerta caso o usuário tente dobrá-lo para o lado errado.
Quanto à usabilidade, é inegável que é bem interessante mexer em um smartphone assim — apesar de as aplicações práticas serem poucas, comparado a um dobrável comum. Na maior parte do tempo, inclusive, eu usei ele no modo de duas telas, em vez das três.
No caso do Mate XT Ultimate, eu ainda usava o espaço da terceira tela fechada como “grip” para melhorar a pegada, já que a espessura bem discreta do celular não torna o uso muito seguro — aqui volta o medo de derrubar o celular como justificativa.
Tela gigante: quando ela realmente faz a diferença?
A principal vantagem é o fato de poder abrir múltiplas janelas e ainda ter uma boa visualização de cada uma. Ainda assim, não é nada que outro dobrável — como Galaxy Z Fold ou Honor Magic V3 — já não faça.
O uso mais interessante para o modo totalmente aberto — que combina as três telas internas — é para assistir a filmes e séries. Nessa configuração, ele fica com o tamanho de um tablet, com 10,2 polegadas.
Já para navegar em redes sociais e tirar fotos o uso com a tela externa já é o suficiente. E, em muitos casos, é o mais indicado.
Durante os testes, notei que o TikTok, por exemplo, corta as partes inferior e superior dos vídeos no modo de duas telas. Isso, inclusive, acontece com outros dobráveis que já usei.
Dessa forma, dá para concluir que o uso de um dobrável triplo tem seu lado de “exagero”, ainda que o luxo e praticidade de ter um celular e tablet em um único dispositivo tenha suas vantagens.
Desafios de usabilidade
O tamanho e a espessura são os principais “desafios” para um uso cotidiano prático. Esse é o principal ponto forte dele, mas também traz algumas dificuldades, principalmente nos primeiros usos.
Para começar, as bordas são bem finas. Isso, assim como o visual mais discreto, torna a pegada um pouco mais complicada, com toques acidentais na tela.
O uso das três telas é particularmente mais complicado. A ideia é segurá-lo com as duas mãos, como um tablet, mas essa particularidade do visual mais fino pode dificultar um pouco mais. E, tentar segurar o celular com uma mão só é praticamente impossível — a não ser que você seja o Shaquille O’Neal ou também tenha uma mão gigante.
Desempenho geral
O Mate XT Ultimate tem um chip topo de linha, apesar de ser um pouco ultrapassado em relação a modelos que não sofreram embargo dos Estados Unidos.
Ainda assim, a performance com ele é fluída, e o sistema operacional da Huawei — a EMUI, no caso do modelo comercializado no Brasil — é bem otimizada para funcionar com “pouco”.
Assim, não notei travamentos, engasgos ou lentidão durante o uso. É possível navegar com bastante agilidade, e ele abre apps com rapidez.
Mas não dá para deixar de destacar a ausência dos serviços móveis do Google — ou GMS. Assim, o celular da Huawei não tem Play Store, Google Maps, Chrome ou qualquer outro serviço da empresa norte-americana.
Até existem algumas formas de “contornar” esse problema e instalar alguns apps que usamos bastante por aqui e de origem norte-americana. Mas não funciona com todos e não é oficial.
Ainda assim, o celular tem uma alternativa oficial ao GMS, que é o Petal Services, da Huawei. Assim, ainda é possível acessar um serviço de mapas funcional, agenda, buscador, navegador, entre outros apps úteis.
Infelizmente, porém, fiquei pouco tempo com o celular e não pude testar a fundo essas aplicações.
Para quem um celular dobrável triplo faz sentido?
O Huawei Mate XT Ultimate — ou qualquer outro celular dobrável triplo que seja lançado no futuro — é mais indicado para entusiastas ou pessoas que querem um celular e tablet em um só aparelho, mas não é muito prático ou útil para um uso cotidiano.
Um dobrável comum como Galaxy Z Fold, Honor Magic V3 ou até o Huawei Mate X6, que também foi lançado no Brasi, é mais útil e prático em contextos do dia a dia.
Já se você é um usuário “comum” e quer um dispositivo móvel bom para assistir a filmes ou séries, ou simplesmente ver qualquer conteúdo em uma tela maior, comprar um tablet faz mais sentido e é bem mais barato, já que existem modelos que custam menos de R$ 2.000 — enquanto o Mate XT Ultimate custa cerca de R$ 33 mil.
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