O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (29) que o governo brasileiro não pretende retaliar os Estados Unidos “na mesma moeda” caso a tarifa de 50% anunciada por Donald Trump contra produtos brasileiros entre em vigor na próxima sexta-feira (1º).
“O governo Trump pode estar dando um tiro no pé encarecendo produtos brasileiros que estão na mesa, no café da manhã do americano, mas não podemos cometer o erro simétrico que seria encarecer aquilo que concorre para melhorar a produtividade da nossa economia, baixar custo. Esse tipo de coisa na mesma moeda não está na ordem de considerações porque nós estamos pensando no povo brasileiro”, disse Haddad em entrevista à CNN Brasil.
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Segundo Haddad, as ações estudadas pelo governo são “reações de proteção cabíveis”, voltadas a evitar prejuízos internos e a preservar empregos. O ministro disse que o plano apresentado a Lula contempla um “conjunto amplo” de alternativas, mas que a decisão final levará em conta o impacto real sobre o bem-estar da população.
“Às vezes a medida parece um ato de valentia, mas pode piorar o bem-estar. Para cada medida, há prós e contras. O presidente vai avaliar exatamente o que pode acontecer de bom e de ruim antes de decidir”, afirmou.
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A fala ocorre a três dias da data prevista para a entrada em vigor da tarifa de 50% prometida por Trump, que condicionou uma eventual suspensão ao fim do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e à flexibilização de regras brasileiras para grandes empresas de tecnologia.
O governo brasileiro mantém negociações abertas com autoridades americanas, mas, segundo Haddad, ainda não há clareza sobre a lista final de produtos afetados.
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