Google diz que IA na busca não afetou tráfego de sites em resposta à críticas

A vice-presidente e chefe de pesquisa do Google, Liz Reid, afirma que a inteligência artificial usada nas buscas do navegador, conhecida como Visões Gerais de IA, não tem afetado o tráfego dos sites indexados no mecanismo. A executiva apresentou essa informação em uma publicação no blog do Google.

“No geral, o volume total de cliques orgânicos da Pesquisa Google para sites tem se mantido relativamente estável em relação ao ano anterior. Além disso, a qualidade média dos cliques aumentou e, na verdade, temos enviado um pouco mais de cliques de qualidade para sites do que há um ano atrás”, disse a VP.

Reid destacou que os resultados positivos também refletem a satisfação dos usuários com a experiência de busca assistida por IA no navegador. Para embasar essas conclusões, a executiva citou informações internos da empresa.


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“Continuamos a enviar bilhões de cliques para sites todos os dias e acreditamos que a troca de valor entre a Busca e a web permanece sólida”, afirma o texto.

VP rebate críticas à IA na busca

A publicação do Google responde a críticas recentes e pesquisas que apontam impactos negativos da IA nos resultados de busca de sites, principalmente de veículos de mídia.

“Esses dados contrastam com relatórios de terceiros que sugerem, de forma imprecisa, quedas drásticas no tráfego agregado — muitas vezes baseados em metodologias falhas, exemplos isolados ou alterações no tráfego que ocorreram antes da implementação dos recursos de IA na Pesquisa”, destacou Reid.

No início de julho, a Cloudflare declarou o Dia da Independência do Conteúdo, uma iniciativa para padronizar o bloqueio a sistemas de IA que rastreiam e coletam dados de sites de clientes para treinar modelos de linguagem.

O CEO da Cloudflare, Matthew Prince, afirmou que a decisão foi motivada, principalmente, por novos modelos de busca como as Visões Gerais de IA do Google, que fornecem respostas diretas e reduzem a necessidade de visitar os sites de origem.

Outro recurso em testes pelo Google afeta o Discover, ferramenta que sugere conteúdos personalizados aos usuários e que funciona como radar de veículos de notícia para compreender o consumo de informação pelo público. Com a interferência da IA no recurso, o alcance de informações fora da “bolha” do usuário pode ficar comprometido e afetar ainda mais tráfego de sites. 

Freestocks/Unsplash
Google tenta rebater críticas sobre impacto do resumo de IA no tráfego de sites (Imagem: Freestocks/Unsplash)

Uma pesquisa feita por analistas do Barclays, publicada pelo Business Insider, apontou uma forte queda nas referências e visitas a sites de categorias como publicações, comércio eletrônico, viagens, moda, finanças e alimentos e bebidas em 2025.

Segundo o levantamento, a IA de sumarização alterou significativamente a forma como o Google rastreia sites. Há dez anos, o mecanismo rastreava duas páginas para cada usuário direcionado a um site. Agora, são 18 páginas para cada visitante encaminhado.

O que o Google diz sobre isso?

Na publicação, Liz Reid explicou que, com as Visões Gerais de IA, os usuários têm feito mais buscas e perguntas novas — muitas vezes mais longas e complexas — que podem ou não exigir o acesso às fontes citadas nos resumos.

“Para algumas perguntas em que as pessoas buscam uma resposta rápida, como ‘quando é a próxima lua cheia’, elas podem se satisfazer com a resposta inicial e não clicar em nenhum link”, disse a executiva.

Reid acrescentou que as pessoas têm buscado e acessado cada vez mais sites com fóruns, vídeos, podcasts e postagens que oferecem vozes autênticas e perspectivas em primeira mão. Segundo ela, os usuários demonstram maior interesse em conteúdos da web que os ajudem a aprender mais, como análises aprofundadas ou postagens originais.

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