Um golpe que burla sistemas de reconhecimento facial a partir de fotos compartilhadas nas redes sociais está sendo usado para acessar aplicativos de banco, serviços de entrega e plataformas de autenticação digital das vítimas. A ação, conhecida como selfie spoofing, combina ferramentas de inteligência artificial (IA) e engenharia social para enganar os algoritmos de verificação. Em alguns casos, basta uma única imagem em boa resolução para simular a identidade da pessoa e acessar dados sensíveis. A seguir, entenda como esse tipo de golpe funciona, veja quais os riscos envolvidos e confira o que você pode fazer para proteger suas imagens e seus dados pessoais.
🔎Golpe no WhatsApp usa contas ‘verificadas’ para enganar vítimas; entenda
📲 Canal do TechTudo no WhatsApp: acompanhe as principais notícias, tutoriais e reviews
Golpe conhecido como self spoofing utililza fotos públicas das redes sociais para burlar reconhecimento facial
Reprodução/
📝Como saber se link do Instagram é falso ou golpe? Usuários respondem no Fórum TechTudo
1. O que é selfie spoofing?
O termo selfie spoofing se refere à prática de enganar sistemas de reconhecimento facial por meio de imagens roubadas, falsas ou manipuladas, geralmente obtidas nas redes sociais das próprias vítimas. Em vez de usar métodos tradicionais de invasão, como senhas ou phishing, os golpistas acessam perfis públicos, baixam fotos em boa qualidade e utilizam essas imagens para simular uma verificação biométrica facial.
Em plataformas que exigem somente uma selfie estática ou um vídeo curto, o golpe pode ser eficaz e garantir acesso a contas bancárias, aplicativos de entrega ou dados pessoais sensíveis. Vale lembrar que a técnica é especialmente eficaz em sistemas que não contam com detecção de vivacidade, ou seja, que não verificam se a imagem vem da pessoa em tempo real. Isso acontece, por exemplo, quando a ferramenta aceita qualquer imagem de rosto em boa qualidade, sem solicitar que o usuário pisque, fale ou faça movimentos específicos.
Golpe frauda reconhecimento facial para acessar dados sensíveis, como aplicativos de banco
Reprodução/Hadrian/Shutterstock.
2. Como golpistas usam fotos públicas para burlar o reconhecimento facial
Os criminosos costumam agir em três etapas. Primeiro, monitoram redes sociais em busca de perfis abertos com fotos em boa qualidade. Depois, usam softwares como OBS Studio ou câmeras virtuais para simular a exibição de uma “selfie ao vivo” com aquela imagem. Por fim, tentam acessar sistemas de verificação facial, como os usados por aplicativos de banco ou serviços de entrega, fingindo ser a vítima. Além disso, alguns fraudadores usam até vídeos antigos de outros usuários para simular movimento facial, dificultando a detecção do golpe.
Em outros casos, a imagem é manipulada com IA generativa para criar expressões sutis que parecem naturais, enganando inclusive sistemas que solicitam para o usuário piscar, virar o rosto ou afastar e aproximar a câmera. Embora empresas estejam aprimorando a detecção de vivacidade, muitas ainda usam métodos ultrapassados ou pouco robustos, ficando vulneráveis a esse tipo de fraude.
Golpistas usam fotos públicas das redes sociais para burlar reconhecimento facial
Reprodução/Canva
3. Como se proteger do golpe?
Apesar de parecer uma fraude sofisticada, o sucesso do selfie spoofing depende, muitas vezes, da exposição pública das vítimas. Por isso, especialistas recomendam algumas medidas simples, mas eficazes, como tornar perfis de redes sociais privados, evitar o compartilhamento excessivo de selfies e não usar a mesma imagem em diversas plataformas, principalmente aquelas vinculadas a dados financeiros.
Também é importante utilizar aplicativos que ofereçam múltiplas camadas de segurança, como autenticação em dois fatores (2FA), e dar preferência a serviços que utilizam reconhecimento facial com verificação de vivacidade dinâmica. Isso inclui sistemas que exigem fala, movimento ou faça ações em tempo real durante o processo de autenticação. Caso desconfie de um acesso indevido, o usuário pode revisar os dispositivos logados, alterar senhas e, se necessário, acionar a central de atendimento do serviço envolvido.
Saiba como se proteger de golpes de reconhecimento facial
Reprodução/Freepik
Com informações de g1, WJAR, Shufit e Traceable
Mais do TechTudo
Veja também: Seu celular pode estar sendo rastreado! Veja como descobrir e se proteger!
Seu celular pode estar sendo rastreado! Veja como descobrir e se proteger!