A Embraer (EMBR3) viu sua ação fechar esta terça-feira (29) com ganhos de 3,76%, a R$ 68,74, experimentando uma recuperação após ajuste negativo expressivo no mês, de quase 14% até a véspera, refletindo os temores sobre o efeito da nova política comercial dos EUA para o Brasil. No começo do mês, as ações chegaram a renovar máximas históricas.
Além disso, a fabricante de aviões informou que está “ativamente engajada” com as autoridades para buscar restaurar a alíquota zero para as exportações de aeronaves para os Estados Unidos.
O presidente americano, Donald Trump, anunciou que as vendas brasileiras serão sobretaxadas em 50% a partir da próxima sexta-feira, dia 1º de agosto.
“Continuamos confiantes de que os governos brasileiro e dos EUA chegarão a um acordo satisfatório para ambos os países, retomando a isenção de tarifas para o setor aeronáutico”, informou a companhia por meio de nota.
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A empresa também afirmou que vê com preocupação o risco de os Estados Unidos elevarem suas tarifas, pois poderia “impactar significativamente” a receita e investimentos futuros da empresa, bem como os clientes e fornecedores da companhia nos EUA.
“Qualquer impacto material será informado durante nossa teleconferência de resultados financeiros do segundo trimestre, marcada para o dia 5 de agosto.”
O governo brasileiro ainda teria pedido aos Estados Unidos para excluir os setores de alimentos e a fabricante de aeronaves Embraer da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, segundo confirmou à Reuters nesta terça-feira uma fonte brasileira envolvida diretamente nas negociações.
A informação foi publicada primeiro pelo jornal Folha de S. Paulo e confirmada pela Reuters.
Este é o pedido principal das conversas recentes dos negociadores brasileiros com os norte-americanos, incluindo os telefonemas do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick.
A assessoria do MDIC negou a informação e afirmou que o governo trabalha pela suspensão das tarifas para todos os setores. Nos bastidores, entretanto, o governo admite que há questões prioritárias.
Segundo a fonte ouvida pela Reuters, há uma cláusula de confidencialidade nas negociações e, além disso, o governo não pode passar a impressão de que estaria trocando alguns setores por outros, mas o pedido se justifica pela gravidade do impacto sobre algumas áreas determinadas.
A Embraer é hoje a maior preocupação do governo brasileiro, uma vez que a empresa tem dezenas de entregas pendentes para companhias aéreas norte-americanas e teria dificuldades de manter a operação atual com cancelamentos ou adiamentos de contratos.
Já na área de alimentos, o Brasil é o maior fornecedor de suco de laranja e café para os Estados Unidos, e um dos maiores de carne, além de outros alimentos, e todos teriam impactos significativos tanto para o Brasil como para o consumidor norte-americano.
No caso do suco de laranja, como mostrou a Reuters, produtores cogitam não colher parte das frutas, caso a taxação se confirme, porque o custo não se justificaria.
(com Reuters e Estadão Conteúdo)
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