A crise entre Brasil e Estados Unidos ganhou novos contornos nesta quinta-feira (24), após a Embaixada americana em Brasília publicar, em seu perfil oficial no X (antigo Twitter), uma mensagem em que acusa o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de ser o “coração pulsante do complexo de perseguição e censura” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O texto é uma tradução da declaração feita por Darren Beattie, secretário de Estado para a Diplomacia Pública e Assuntos Públicos do governo de Donald Trump. Na mensagem, Beattie afirma que “graças à liderança do presidente Trump e do secretário Rubio [Marco Rubio, atual chefe da diplomacia americana], estamos atentos e tomando as devidas providências” em relação ao caso.
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A publicação amplia a escalada institucional promovida pela gestão Trump desde o anúncio, em 9 de julho, da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. Naquele mesmo dia, a embaixada dos EUA já havia emitido nota em apoio à medida, afirmando que Bolsonaro e sua família foram “fortes parceiros” dos americanos e que a “perseguição política” contra eles é “vergonhosa e desrespeita as tradições democráticas do Brasil”.
Tensão com o STF
Na semana passada, o Departamento de Estado anunciou a revogação imediata dos vistos de Alexandre de Moraes e de outros ministros do STF, além do procurador-geral da República, Paulo Gonet. A decisão foi recebida pelo governo brasileiro como um gesto inédito e hostil, reforçando a leitura de que a gestão Trump tem transformado a retaliação política em ferramenta diplomática.
Em outra publicação recente, a embaixada americana chegou a se referir à mais alta Corte do país como o “Supremo Tribunal de Moraes” — numa tentativa de personalizar as decisões da instituição na figura do ministro relator dos inquéritos relacionados à tentativa de golpe de 8 de Janeiro.
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