O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) atacou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), nesta terça-feira (15), por adotar uma postura conciliatória diante do tarifaço de 50% imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros.
Em publicação nas redes sociais, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) acusou o aliado de “subserviência servil às elites” e afirmou que a busca por negociação esvazia a estratégia de pressionar por uma anistia ampla aos acusados de tentativa de golpe.
“Prezado governador @tarcisiogdf, se você estivesse olhando para qualquer parte da nossa indústria ou comércio estaria defendendo o fim do regime de exceção que irá destruir a economia brasileira e nossas liberdades”, escreveu Eduardo. “Mas como, para você, a subserviência servil às elites é sinônimo de defender os interesses nacionais, não espero que entenda.”
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Embate no campo bolsonarista
A fala ocorre num momento em que Tarcísio, cotado como possível presidenciável em 2026, tenta se afastar da crise judicial envolvendo Bolsonaro e seus aliados. Após culpar o governo Lula pelas tarifas, o governador mudou o tom e passou a defender um esforço conjunto com a União para mitigar os efeitos da medida norte-americana.
Tarcísio se reuniu nesta manhã com exportadores paulistas no Palácio dos Bandeirantes. Ao menos 15 empresários de setores estratégicos, como Paulo Skaf (Republicanos), e o encarregado de negócios da Embaixada dos EUA, Gabriel Escobar, participaram do encontro. Na sexta-feira (11), o governador já havia se encontrado com o representante norte-americano em Brasília para discutir o tema.
Governo articula reação
Enquanto aliados de Bolsonaro tentam vincular o tarifaço às ações judiciais contra o ex-presidente, o governo federal busca uma resposta institucional e técnica. O vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, convocou duas reuniões nesta terça-feira com empresários da indústria e do agronegócio para debater alternativas.
O Planalto considera a medida norte-americana uma retaliação política, mas, por ora, aposta no diálogo com o setor privado e autoridades dos EUA. O uso da recém-sancionada Lei da Reciprocidade está em avaliação e deve ser considerado apenas a partir de 1º de agosto, se as tarifas forem mantidas.
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