Eduardo Custódio, único brasileiro do Wyckoff SMI, explica como lê o mercado

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Com uma trajetória iniciada em 2008 e dedicação integral ao day trade desde 2016, Eduardo Custódio participou do episódio 7 da 3ª temporada do programa A Arte do Trade, no canal GainCast.

Especialista na metodologia Wyckoff, ele é o único brasileiro certificado pelo Wyckoff SMI — escola fundada em 1931 e referência global na leitura de mercado baseada em volume, estrutura e contexto.

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“Eu fiz questão de aprender direto na fonte”

Custódio detalha como se tornou membro certificado do Wyckoff SMI em 2019. “São quatro provas, duas teóricas, duas práticas, tudo em inglês. Então, não é só um cursinho de comprar e fazer e tá ali, não”, destaca.

A familiaridade com a técnica surgiu após um primo lhe apresentar o conceito, ainda em 2017, em meio ao universo das criptomoedas. A partir dali, Eduardo desbravou fóruns internacionais, estudou com autores espanhóis e se aprofundou nas bases teóricas e práticas da metodologia. “O que me deixou em êxtase era essa questão da contextualidade do mercado”, afirma.

Para ele, diferentemente da análise técnica tradicional — focada em padrões de candle e indicadores isolados —, o método Wyckoff fornece uma narrativa completa dos movimentos de preço, o que foi o diferencial para Custódio. “Eu olho o mercado assim de uma forma. É estranho, mas não é candle. É a movimentação do mercado como um todo”, explica.

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Wyckoff na prática

Eduardo apresentou exemplos gráficos e explicou as estruturas do método com base em fases (A a E), zonas de acumulação/distribuição e conceitos como Selling Climax, Spring, SOS (sinal de força) e LPS (último ponto de suporte). Para quem está começando, ele alerta: “Todo mundo quer comprar fundo, né? O iniciante acha que o Spring é a melhor compra para ele. Então, é certo, o cara começa no mercado: Ah, aqui formou um spring, vou comprar, toma stop (parada). No topo é a mesma coisa. O famoso tentar adivinhar a fundo e tentar adivinhar a topo”.

Segundo ele, a chave está em esperar a confirmação da tendência. “A melhor forma é esperar a confirmação da estrutura. Se o mercado está trabalhando acima da média, o garotinho tem que descansar. Ele vai descansar na árvore perto do riacho, que é na média. Quando ele chegar lá, vai fazer a compra”, explica.

A metáfora faz referência ao conceito de salto do riacho (Jump Across the Creek), uma analogia utilizada dentro da metodologia Wyckoff para descrever a entrada a favor da tendência do movimento após um pullback em uma região de médias.

A cereja do bolo

Eduardo enfatiza que a cereja do bolo em sua virada de chave foi incorporar o volume ao seu operacional. “Quando eu vi o volume, comecei: ‘Cara, faz sentido’. Isso aqui tem muito volume embaixo, o mercado voltou e subiu. Me dá uma confiança do caramba”, afirma.

Ele exemplifica: “Candle com possível final de movimento vai ser um candle com spread largo e alto volume. Candle com possível início de movimento? Spread largo e alto volume. É a troca de polaridade ali. Então, está saindo o dinheiro e vai está entrando o dinheiro”, complementa.

Mesmo com tantas variáveis, Eduardo adota um modelo direto, evitando sobrecarga de indicadores. “Eu consigo olhar o gráfico só com as informações que eu tenho. Para mim tá intuitivo”, diz.

Psicologia, estrutura e simplicidade

A base conceitual de Wyckoff, para ele, também é psicológica. “O método dele é voltado para a psicologia do mercado: manipulação, euforia. O mercado é mão forte contra mão fraca “, ressalta.

Por isso, Eduardo reforça que a leitura do contexto é o que diferencia um trader técnico de um leitor de gráfico. “Eu acho que quando você entende tudo, tua mente fica muito mais suave para poder operar” afirma.

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