E as estrelas de Alaíde Costa e Dalva de Oliveira resplandecem na foto de 1957 estampada no atraente encarte do LP…


Alaíde Costa (à esquerda) e Dalva de Oliveira na foto de 1957 reproduzida no encarte da edição em LP do álbum ‘Uma estrela para Dalva’
Reprodução
♫ CRÔNICA
♩ Eis que chegou a edição em LP do álbum Uma estrela para Dalva, título sobressalente na discografia brasileira deste ano de 2025, lançado pela cantora Alaíde Costa em 9 de maio.
Na capa do LP de 12 polegadas, fabricado pela Polysom para ser editado pela gravadora Deck, a foto de Alaíde Costa feita por Murilo Alvesso resplandece na arte de Leandro Arraes. É a força visual do LP, imbatível e sedutora na era em que uma capa de disco é quase sempre um quadradinho nas prateleiras digitais dos aplicativos de música.
E eis que, aberto o LP, outra foto se ilumina, em tamanho menor, estampada no encarte entre as letras das 13 músicas selecionadas para a edição em vinil (a edição digital totaliza 19 músicas em 17 faixas). Nessa foto menor, Alaíde Costa aparece com Dalva de Oliveira (5 de maio de 1917 – 30 de agosto de 1972), cantora paulista da era do rádio, em clique de 1957.
Os sorrisos das duas estrelas dão a foto uma dimensão incalculável. Ali está a prova imperecível da amizade de Alaíde e Dalva. Uma das razões de ser deste disco idealizado por Hermínio Bello de Carvalho há cerca de 40 anos. Um sonho enfim realizado por Alaíde Costa com o apoio de Thiago Marques Luiz, produtor do álbum em que Alaíde canta o repertório de Dalva, orquestrando dramática sinfonia do desamor, em sintonia com o tom amargurado dos sambas-canção dos anos 1940 e 1950, décadas de onde vieram a maior parte das músicas.
Imagem da edição em LP do álbum ‘Uma estrela para Dalva’, de Alaíde Costa
Divulgação
O álbum Uma estrela para Dalva merecia ser iluminado com edição em LP (e merecia também edição em CD para deleite de quem aprecia o som cristalino das ora decadentes bolachinhas prateadas…). E o disco chega ao LP com capricho que se estende ao texto assinado por Hermínio Bello de Carvalho na contracapa.
Diz Hermínio com toda a propriedade e sabedoria: “Só uma grande estilista poderia enfrentar o desafio de prestar tributo à dona de uma forma inimitável e arrebatadora de cantar o amor com um timbre que a fazia estilhaça cristais. Sendo o oposto vocal de Dalva de Oliveira, Alaíde Costa guarda em comum a emoção com que tutela os versos com sua voz pequena e afinada, e que a faz entrar em sintonia com o conturbado universo amoroso da grande intérprete”.
Hermínio diz tudo. Com luz própria, Alaíde Costa acende uma estrela para Dalva de Oliveira em álbum ora lançado em LP com o requinte a que faz jus pela beleza atemporal do que ali se ouve.
Imagem do encarte da edição em LP do álbum ‘Uma estrela para Dalva’, de Alaíde Costa
Divulgação