Pesquisadores brasileiros encontraram uma forma de prevenir e combater incêndios florestais com drones inteligentes capazes de monitorar as emissões de gás carbônico e metano, principais gases do efeito estufa. A tecnologia já poderá ser aplicada em breve pelas autoridades na cidade de São Carlos, no interior do Estado de São Paulo.
As aeronaves desenvolvidas na EESC-USP (Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo) são equipadas com pequenos sensores de baixo custo para captação de dados e reconhecimento por inteligência artificial. Os drones vão permitir identificar focos de incêndio antes que tomem maiores proporções.
🔎 Como um satélite inteligente pode reduzir danos em tragédias climáticas?
Drones serão capazes de gerar informações volumétricas sobre as concentrações de gases do efeito estufa em determinadas regiões
Divulgação/Pexels (Tim Mossholder)
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Nariz eletrônico
A novidade surge como uma alternativa mais barata e mais rápida para monitoramento de queimadas do que as opções convencionais e consegue detectar e medir, de modo seletivo e contínuo, as concentrações atmosféricas de gás carbônico e metano, além de parâmetros como temperatura e umidade do ar.
“Realizamos diversos ajustes para integrar sensores de gases específicos, que funcionam em conjunto como um nariz eletrônico”, explicou Glauco Augusto de Paula Caurin, professor da universidade e coordenador do projeto, em entrevista à Agência Fapesp. Após a coleta, sistemas de inteligência artificial vão analisar os dados de concentrações de gases para identificar as fontes de emissão.
Os drones surgem como uma opção mais eficiente do que os aviões de pesquisa, pois podem realizar diversos sobrevoos para coleta de dados. Segundo o coordenador do projeto, o grupo investe em pesquisa aerodinâmica para aumentar o desempenho das aeronaves, pois os drones comerciais existentes só voam de 15 a 30 minutos, intervalos que podem ser insuficientes para cobrir áreas de florestas, por exemplo.
Com relação a satélites, que são tecnologias caras e sobrevoam determinadas regiões a cada dois dias, os drones inteligentes também apresentam vantagens, permitindo a tomada de decisão mais ágil das autoridades. Além disso, os próprios dados coletados por drones podem ser únicos.
Como aviões e satélites não conseguem variar a altura dos voos, as informações capturadas são sempre de médias de concentrações em áreas específicas. Os drones podem capturar dados em alturas diferentes, fazendo com que seja possível obter o volume de distribuição de gases em determinada região.
“Hoje, mesmo com o uso dos melhores satélites, não conseguimos obter essa informação volumétrica. Com os drones, a coleta de dados de gases de efeito estufa deixa de ser uma superfície ou mapa da região e passa a ser uma informação volumétrica”, afirmou o pesquisador.
O projeto apresentado na Fapesp Week França, em Toulouse, em junho passado, é apoiado pela agência de fomento à pesquisa científica e tecnológica no âmbito do Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa, em parceria com a Shell.
Com informações de Elton Alisson | Agência FAPESP.
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