Dólar hoje sobe a R$ 5,56, em dia com IOF em foco e ameaça de demissão de Powell

Câmbio de dólar para real e real para dólar impacta os negócios que trabalham com remessas internacionais e comércio exterior

O dólar encerrou a quarta-feira praticamente estável ante o real, em meio às incertezas em torno da tarifação de 50% dos produtos brasileiros pelos Estados Unidos, da disputa entre governo e Congresso pelo IOF e das ameaças de mudança no comando do Federal Reserve.

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Qual a cotação do dólar hoje?

A cautela entre os investidores fez o dólar à vista fechar com leve alta de 0,03%, aos R$5,5611. No ano a divisa acumula baixa de 10%.  

Às 17h02 na B3 o dólar para agosto — atualmente o mais líquido no Brasil — subia 0,14%, aos R$5,5815.

Dólar comercial

  • Compra: R$ 5,561
  • Venda: R$ 5,561

Dólar turismo

  • Compra: R$ 5,616
  • Venda: R$ 5,796

O que aconteceu com dólar hoje?

Por mais uma sessão, as tensões comerciais ocupavam a mente dos agentes financeiros, que seguem monitorando a resposta do governo brasileiro ao anúncio de Trump na semana passada de que vai impor uma tarifa de 50% sobre o país a partir de 1º de agosto.

Na véspera, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, disse que o governo trabalhará para reverter a tarifa “o mais rápido possível”, ponderando que poderá pedir mais prazo para negociar.

Do lado dos EUA, entretanto, vieram mais ameaças. O representante comercial Jamieson Greer disse na terça que iniciou uma investigação sobre práticas comerciais “injustas” do Brasil. O processo decidirá se o tratamento dado pelo país ao comércio digital é “discriminatório” para o comércio dos EUA.

O mercado nacional também observa o impasse em torno do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), depois que audiência de conciliação promovida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) entre o governo e o Congresso terminou sem acordo, com os dois lados apontando que preferem aguardar a decisão judicial.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse na véspera que acredita em uma solução rápida para a divergência.

Com isso, diante das incertezas na cena doméstica, os investidores optavam por fugir de ativos mais arriscados, o que, no mercado cambial, significava pressão sobre o real.

“O mercado está em compasso de espera, mas com viés de proteção, aumentando a demanda por dólares”, disse Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital.

“O mercado está reagindo ao aumento das tensões Brasil-EUA. Essa investigação, que foi um expediente já usando pelos EUA contra outro países, está piorando um pouco a percepção. Indefinição do IOF também não foi bom”, completou.

No exterior, o foco também tem permanecido nas disputas comerciais, à medida que os mercados acompanham as negociações tarifárias dos EUA com seus principais parceiros, como União Europeia e Japão, antes do prazo de 1º de agosto para a entrada em vigor de tarifas mais altas.

Nesta semana, as atenções têm se voltado para o potencial impacto das taxas de importação sobre a inflação dos EUA, com números mostrando na véspera que a alta dos preços ao consumidor acelerou em junho, mas em linha com o esperado.

Operadores têm mantido as apostas de que o Federal Reserve deve cortar a taxa de juros até duas vezes neste ano, com a primeira redução possivelmente em setembro, apesar da pressão de Trump por cortes imediatos nos juros.

(Com Reuters)

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