É comum encontrar notícias sobre asteroides observados enquanto cruzam o espaço. E, em algumas oportunidades, as análises conduzidas por astrônomos indicam a possibilidade de uma determinada rocha espacial se aproximar ou mesmo ter a chance de colidir com a Terra.
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Para verificar se um asteroide pode atingir nosso planeta, o primeiro passo dado pelos cientistas é determinar a órbita do objeto por meio de uma técnica chamada astrometria.
Esse método permite calcular com precisão a trajetória da rocha, com margem de erro de apenas alguns quilômetros. Contudo, a astrometria exige dados observacionais coletados ao longo de um período prolongado, para que seja possível acompanhar a movimentação do asteroide no céu.
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“Qualquer incerteza no cálculo da órbita do objeto causa variações na solução prevista. Em vez de uma órbita exata, o cálculo geralmente fornece aos cientistas uma nuvem de órbitas possíveis. A elipse que envolve essas localizações é chamada de elipse de erro”, explica Toshi Hirabayashi, professor de Engenharia Aeroespacial no Instituto de Tecnologia da Geórgia.
Dados insuficientes, elipse grande
O especialista destaca que a probabilidade de impacto descreve quantas dessas órbitas possíveis dentro da elipse resultam em colisão com a Terra. Mas, sem dados observacionais suficientes, a incerteza sobre a trajetória do asteroide aumenta — e, com isso, a elipse tende a ser maior.
“Em uma elipse grande, há uma chance maior de que ela inclua a Terra ‘acidentalmente’ – mesmo que o centro da órbita esteja fora do planeta. Portanto, mesmo que um asteroide não vá atingir a Terra, sua elipse de erro ainda pode incluir o planeta até que os cientistas coletem dados suficientes para reduzir a incerteza”, pontua Hirabayashi.
Assim, à medida que o nível de incerteza na órbita diminui, a elipse de erro também se reduz. Isso significa que a probabilidade de impacto de um asteroide com a Terra pode ser inicialmente maior quando o planeta está incluído na elipse — não necessariamente porque a colisão é iminente, mas porque há maior incerteza sobre o caminho do asteroide.
“Quando a elipse de erro encolhe o suficiente para não incluir mais a Terra, a probabilidade de impacto diminui significativamente”, acrescenta o professor.
Necessidade de mais dados
Toshi Hirabayashi destaca, entretanto, que usar a probabilidade de impacto sem contexto e sem dados adicionais pode não ser suficiente para obter os resultados mais precisos sobre a trajetória do asteroide e sua possível rota de colisão com a Terra.
“Esperar e aguardar mais dados para refinar uma previsão de colisão, ou introduzir novas métricas para avaliar impactos na Terra, são cursos de ação alternativos para fornecer às pessoas melhores diretrizes sobre ameaças futuras — antes de aumentar a confusão e o medo”, diz o professor.
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