Lilo & Stitch se tornou o primeiro filme de Hollywood a ultrapassar US$ 1 bilhão (R$ 5,5 bilhões) em 2025. O remake da animação da Disney confirmou o apetite do público por histórias conhecidas e agora integra o clube bilionário da era pós-Covid ao lado de Homem-Aranha: Sem Volta para Casa (2021), Top Gun: Maverick (2022), Jurassic World: Domínio (2022), Avatar: O Caminho da Água (2022), Super Mario Bros. – O Filme (2023), Barbie (2023), Deadpool & Wolverine (2024), Divertida Mente 2 (2024), Moana 2 (2024) e Ne Zha 2.
Cinco anos depois do auge da pandemia de Covid-19, o cinema comercial mostra sinais claros de recuperação. Os grandes lançamentos voltaram a encher salas pelo mundo, e a bilheteria global voltou a registrar números bilionários com mais frequência. Ainda assim, o padrão é evidente: todos os filmes que atingiram essa marca desde 2021 pertencem a franquias ou marcas amplamente conhecidas pelo público.
Entre 2015 e 2018, a média era de cinco filmes por ano ultrapassando US$ 1 bilhão mundialmente. O ano de 2019 foi atípico, com nove títulos superando essa barreira, impulsionados por sucessos como Vingadores: Ultimato e O Rei Leão. Com a chegada da pandemia, no entanto, os números despencaram. A média recente ficou em apenas dois filmes por ano alcançando esse nível — até agora.
O cenário mudou em 2024 e se intensificou em 2025. Nos últimos 12 meses, Divertida Mente 2, Moana 2, Ne Zha 2 e Lilo & Stitch já romperam a marca do bilhão. Superman, de James Gunn, teve uma estreia sólida e pode alcançar o mesmo destino nas próximas semanas. Jurassic World: Reinado, outro blockbuster da temporada, também está bem posicionado nas bilheteiras globais.
O padrão dos filmes
Mesmo com a recuperação, a indústria ainda evita ousar. Desde Zootopia (2016), nenhum título original — ou seja, sem vínculo com uma propriedade intelectual pré-existente — conseguiu arrecadar US$ 1 bilhão. O dado revela a dependência das grandes produtoras por marcas estabelecidas, o que reduz o espaço para ideias inéditas e arriscadas no circuito comercial.
A lógica é simples: em um mercado competitivo e com o streaming como alternativa cômoda e acessível, os estúdios evitam “apostar alto” em projetos sem reconhecimento imediato. O público também contribui para esse ciclo: prefere investir em algo familiar, reduzindo as chances de fracasso na ida ao cinema. Em muitos casos, a opção é esperar um novo título chegar ao catálogo da plataforma favorita.
O sucesso de Lilo & Stitch reforça o apelo da nostalgia. Mas também confirma o atual retrato de Hollywood: para alcançar o topo, é quase obrigatório carregar uma marca já aprovada pelo público. A indústria até retomou o fôlego, mas ainda respira por aparelhos criativos.
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