Casal suspeito de comprar bebê no interior do Amazonas é liberado após audiência de custódia

A prisão em flagrante ocorreu no hospital municipal, onde a negociação teria sido descoberta por funcionários e comunicada à Polícia Civil.

Segundo a polícia, a mãe do bebê teria aceitado entregar a criança em troca do dinheiro, supostamente para quitar dívidas. A intermediação do acordo envolveu um comerciante local, que também foi levado para prestar depoimento. O pagamento teria sido feito por transferência eletrônica.

Durante a tentativa de registro civil, um dos homens se apresentou como pai da criança. A operação, no entanto, não foi concluída porque o sistema de registro do hospital estava fora do ar, o que acabou atrasando o processo e levantando suspeitas. Após serem flagrados, os suspeitos foram encaminhados à delegacia para prestar esclarecimentos.

Após a formalização dos depoimentos, os três envolvidos — o casal e o intermediário — passaram por audiência de custódia e foram liberados. Eles seguem investigados por entrega irregular de menor e possível prática de tráfico de crianças, crimes previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

A mãe permanece sob acompanhamento no hospital junto com o bebê, em situação que também está sendo avaliada pelo Conselho Tutelar e por autoridades do Ministério Público.

A Polícia Civil do Amazonas informou que vai aprofundar as investigações para identificar outros possíveis participantes ou eventuais conexões com redes de adoção ilegal. As autoridades reforçam que adoções só podem acontecer dentro dos trâmites legais, por meio do Judiciário e de serviços especializados, garantindo os direitos da criança e a segurança do processo.

O caso chama atenção para a vulnerabilidade social em regiões afastadas e para o risco de exploração de famílias em situação de miséria ou endividamento. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas destacou que crimes de venda ou compra de crianças serão investigados com rigor, e que toda denúncia pode ser feita de forma anônima para ajudar a combater esse tipo de crime.