Com o retorno às aulas e o aumento do uso de dispositivos eletrônicos por crianças e adolescentes, o cuidado com a saúde ocular nunca foi tão urgente. Atento a essa realidade, o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) e a Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica (SBOP) lançaram nesta segunda-feira (4) a cartilha Saúde Ocular na Infância, que orienta pais e professores sobre práticas seguras para proteger a visão desde os primeiros meses de vida. A campanha exige “zero tela” até os dois anos.
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Um dos principais alertas do material é quanto ao uso de telas. A recomendação é clara: crianças de até 2 anos não devem ser expostas a telas nem mesmo para vídeos educativos. Já na infância e adolescência, o uso deve ser controlado, com limite de até três horas diárias.
Para evitar o cansaço visual e prevenir problemas como a miopia, a cartilha reforça a chamada regra 20-20-20: a cada 20 minutos em frente a uma tela, a criança deve olhar para algo a cerca de 6 metros de distância por 20 segundos.
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Outro ponto importante é o estímulo ao contato com ambientes externos. A exposição à luz solar indireta durante brincadeiras ao ar livre contribui significativamente para o desenvolvimento saudável da visão, além de ajudar a reduzir o risco de miopia, que vem crescendo entre o público infantojuvenil.
A cartilha também destaca marcos visuais importantes que ajudam a identificar possíveis problemas desde cedo. Por exemplo:
- O bebê deve conseguir fixar o olhar por alguns segundos já no primeiro mês de vida;
- Aos 3 meses, deve acompanhar objetos com os olhos;
- Aos 9 meses, deve reconhecer rostos familiares.
A ausência desses comportamentos pode indicar a necessidade de avaliação oftalmológica.
Mesmo sem sinais visíveis, o CBO recomenda que toda criança passe por pelo menos dois exames oftalmológicos completos durante a infância, entre seis e 12 meses e novamente entre três e cinco anos. O diagnóstico precoce é fundamental para prevenir complicações e garantir um desenvolvimento visual saudável.
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