Brasil volta ao ranking de países com maior número de crianças não vacinadas no mundo

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgaram na última segunda-feira (14) que o Brasil voltou a integrar a lista dos 20 países com o maior número de crianças não vacinadas no mundo.

O levantamento utilizou dados de 2024 para compor o ranking. No ano anterior, o país havia saído da lista, quando registrava 103 mil crianças não vacinadas. Porém, em 2024, esse número teve um aumento expressivo, chegando a 229 mil.

A parcela brasileira representa 16,8% do total de crianças não vacinadas na América Latina e no Caribe.

Os dados referem-se a crianças que não receberam a primeira dose da vacina tríplice bacteriana (DTP), que protege contra difteria, tétano e coqueluche. Essa vacina é um indicador importante para avaliar o acesso à vacinação de rotina, pois a ausência da primeira dose pode indicar que a criança não recebeu nenhuma vacina até o momento.

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Novamente no ranking, o Brasil ocupa a 17ª posição, logo atrás de países como Mianmar, Costa do Marfim e Camarões. Na América Latina, o México lidera em números, com aproximadamente 341 mil crianças não vacinadas.

Comparado a 2023, os dados mostram que pelo menos 171 mil crianças a mais receberam uma dose da vacina, enquanto mais de um milhão completou o esquema da DTP. “Embora os avanços sejam modestos, eles indicam progresso contínuo dos países em proteger as crianças, mesmo diante de desafios crescentes”, afirmaram as entidades em nota à imprensa.

Apesar disso, cerca de 20 milhões de crianças ainda não receberam alguma das doses necessárias da vacina DTP no ano passado. Destas, 14,3 milhões são consideradas “zero-dose”, ou seja, não receberam nenhuma dose de qualquer vacina. Esse número está 4 milhões acima da meta para 2024, necessária para alcançar os objetivos da Agenda da Imunização 2030.

“É encorajador ver um aumento contínuo no número de crianças vacinadas, embora ainda tenhamos muito trabalho pela frente. Cortes drásticos na ajuda humanitária, aliados à desinformação sobre a segurança das vacinas, ameaçam décadas de progresso”, declarou Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, em nota.

Ele ressaltou ainda que a OMS permanece comprometida em trabalhar com parceiros “para apoiar os países a desenvolverem soluções locais e aumentar os investimentos nacionais, a fim de alcançar todas as crianças com a capacidade de salvar vidas que as vacinas oferecem”.

O país com o maior número de crianças não vacinadas é a Nigéria, com 2,1 milhões, seguida pela Índia (909 mil) e pelo Sudão (838 mil).

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