BBAS3: piora no rural não acabou e Bradesco BBI corta projeções – e vê BBSE3 afetada

Banco do Brasil

O Bradesco BBI revisou para baixo o preço-alvo do Banco do Brasil (BBAS3), cujas ações acumulam perdas de quase 15% no ano, reduzindo-o de R$ 31,00 para R$ 21,00 por ação, de forma a refletir a piora na qualidade dos ativos do segmento rural e o aumento significativo das provisões para inadimplência.

Apesar do corte expressivo, o banco manteve a recomendação neutra, citando que os preços atuais já incorporam o cenário mais desafiador para o crédito agro e corporativo. O potencial de alta em relação ao preço-alvo é de 5% para as ações BBAS3.

Segundo o BBI, a deterioração da carteira rural, que atingiu 3,5% de inadimplência (NPL) em 90 dias (NPL) e 2,9% em atraso inicial (15 a 90 dias), ainda não atingiu o pico. A expectativa é que a formação de NPLs (a variação do saldo de créditos em atraso) avance de 1,29% no primeiro trimestre (R$ 14,3 bilhões) para 1,48% no terceiro trimestre de 2025 (R$ 16,8 bilhões), com o índice total de inadimplência atingindo 5,35% no fim de 2025 e chegando a 5,8% no segundo trimestre de 2026, antes de iniciar trajetória de queda.

Com isso, a expectativa é de R$ 53 bilhões em provisões em 2025, alta de 25% em relação à estimativa anterior, e R$ 45 bilhões em 2026, aumento de 4%. A projeção de crescimento da carteira de crédito também foi revisada para baixo, para um dígito médio em ambos os anos.

Diante desse novo cenário, o BBI reduziu as estimativas de lucro líquido do Banco do Brasil para R$ 23 bilhões em 2025 (16% abaixo do consenso Bloomberg) e R$ 27 bilhões em 2026 (13% abaixo do consenso).

Além da pressão nas provisões e margens (NII), o banco também reduziu a taxa de distribuição de dividendos esperada, de 40% para 30%, citando a necessidade de preservar capital em meio a lucros pressionados.

Saiba mais:

Para a BB Seguridade (BBSE3), o banco também adotou uma visão mais conservadora, uma vez que o crescimento mais fraco do BB tende a impactar as receitas de corretagem e os prêmios ganhos da Brasilseg.

A projeção de lucro líquido foi mantida em R$ 8,8 bilhões para 2025, em linha com o consenso, e ajustada para R$ 8,9 bilhões em 2026, o que representa uma queda de 4% em relação à estimativa anterior. O preço-alvo para o fim de 2026 foi reduzido de R$ 42,00 para R$ 39,00 por ação, potencial de ganhos de 16% frente o último fechamento, com recomendação neutra mantida.

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